Sol enfraquecido pelo tempo frio
uma pontinha do sol nas árvores na distância de uma meia vista
uma moto acelerada rasga o som baixo de um caminhão
um galo
de novo
pássaros procuram a dormida
o coco não cai de forma alguma
ô GeovÂni!
ô GeovÂni!
Aqui!
Geovanê!
crianças gritam na praça.
foram embora
fico olhando se o sol já foi.
sol quase sombra da noite
a noite deverá ser bem fria
aquecerei os pés no fogareiro de barro baiano
tÍc(o)
um tico-tico mora atrás de casa
tÍc(o)
sumiu
o sol também
o sanhaço canta no coqueiro
o sanhaço é uma avezinha que canta igual às suas cores
de volta o tico-tico assanhado como quem já vai dormir
outra avezinha
fíi
fíi
fíi
muitas outras em meio ao som de crianças
no fundo um silêncio profundo
o silêncio deixa ver além do que os ouvidos e olhos alcançam
o silêncio fala de grandes distâncias
assim como o frio na pele
debaixo das árvores o escuro vem chegando devagarinho,
fii
fii
fii,
em seu contorno o azul céu de entardecida
entre sombras, cantos, o azul e o verde folhas em movimento,
a luz da lâmpada amarela incandescente
é um refúgio aquecido para os olhos
imagino que o sol dá seu ultimo azul claro antes da noite
a sabiá começa a dar seus primeiros miados
quando criança disseram-me que era a alma-de-gato
fiquei com muito medo quando vi o curiango debaixo da laranjeira
curiango, alma-de-gato,sabiá
há algum tempo a sabiá não mais mia.
foi dormir
uma cigarra muito longe
para mudar de direção às vezes é necessário a persistência
apesar de a noite ainda estar somente principiando.
Déco
24-05-2007
Sete Barras
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