Corpos segregados. De onde vens morbidês?
De onde arrastas este gosto pálido de sangue?
lésbicas secas de trompas amarradas.
Espectros queimados que derretem-se
à sombra do Lago Néci, entre os favos
e o mel da madrugada entorpecida.
Escondam suas presas,
pois as minhas ariranhas estão mortas
e já reintegram-se às águas liquefeitas.
E que surjam os óvulos fecundados
eu os espremerei suas larvas
sobre os corpos pregados nos cataventos
ventando gritos ao dorso da ilha.
A inválida que viras
não é de toda Maria.
É mais um rosto sobre o vespeiro
aglomerando ferrões.
Não é de toda leprosa
entre os cacos de telhas
esborrifando suas cascas
que baqueia, escorrega sobre escarros
e se vence pelo cansaço
enrrolada em seu guizo.
Renato Cavalheiro
Miracatu 1993/1994
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