A todos

Um feliz 2013!!!!!!!!!!!!!!!!!!

EDU




Portal Miracatu, coringa viva,
Alegria sempre, eterna comissão
De frente, agitador mor por opção,
Cidadania pura e mente ativa.

Eis o de sempre grande cidadão
Miracatuense! E que ora nos priva
De sua companhia criativa,
Da alegria de viver com emoção!

São considerações de seus amigos
Que assim penalizados têm antigos
Retalhos de memórias guardados

Em seus corações intemporais!
Adiante Dom Quixote Edu! Jamais
Haverá qualquer outro, nem clonados!

(Miracatu, 08 de setembro de 2012)
Osvaldo Matsuda

POESIAS NO MUSEU PEDRO LARAGNOIT DE MIRACATU

EXPOSIÇÃO DE POESIAS:PROJETO PINHÃO ROXO
PARCERIA:MUSEU PAULO LARAGNOIT E SECRETARIA DO TURISMO e POETAS EDSON FEITOSA,JHONNY PQ,GÉNESIO JUNIOR,NESTOR ROCHA e OSVALDO MATSUDA
   DATA:17/JULHO/2012



















Leituras de textos e declamação de poesia por Osvaldo Matsuda na Bienal do Livro/SP 2012

Crônica: JANELAS METROPOLITANAS de OSVALDO MATSUDA publicado em 2011 no livro SOB O CÉU DA CIDADE (VALEU, PROFESSOR, Concurso Literário 2011, SME- PREFEITURA DE SÃO PAULO EDUCAÇÃO).

Conto: NOTIFICA.COM de OSVALDO MATSUDA a ser publicado em 2012 no livro SEMREMETENTE.COM (VALEU, PROFESSOR, Concurso Literário 2012, SME- PREFEITURA DE SÃO PAULO EDUCAÇÃO).

Poesia: SORDADE DA LETÍCIA de OSVALDO MATSUDA publicado em 1999 (MIRACATU/SP) no livro PÓ DA TERRA.


Imagens das leituras dos textos e declamação de poesia, realizados pelo AUTOR no dia 12 de agosto no Estande da SME - Rua J30, 22 a. Bienal Internacional do livro de São Paulo/2012/ANHEMBI.


POETA DA VIDA

Noto que em Miracatu três tipos de poetas se destacam. O poeta que escreve. É o poeta do texto. Da palavra lida em silêncio. É o poeta da escrita. O poeta que declama. É o poeta da oralidade. Da palavra gritada. Da palavra cantada. Da palavra falada. Da palavra lida oralmente. É o poeta da oratória. O poeta que vive. É o poeta da vida. Da palavra vivida. É o poeta que vive a sua vida de maneira poética. É o poeta que transforma sua vida em poesia. É a poesia da vivência. Esquema (Sr Sebastião) é do tipo de poeta que vive. Poeta que vive nos bares, nas ruas, nos lares, nos sonhos, nas lidas, nas prainhas de Miracatu. (Miracatu, 07 de julho de 2012) OSVALDO MATSUDA

LEMBRANÇAS

Dinir fez uma onça esculpida na caxeta/ Aquilo era tudo para nós que era minino/ Aristide dançava xote com sapato carrapeta/ E nos cantávamos hino para Dona Maria Filisbino. Nossa casa era um abrigo para tudo quanto é mata/ E as goiabeiras deitavam e se ajustavam a nossos pés/ Essas lembranças são centelhas que a gente arrebata/ E vai engolindo diante da dureza do revés. Bastico era um mascate lá de Cedro, gente nossa / Minha mãe comprava dele alguns metros de fazenda/ Meu pai tinha nas mãos um cetro poderoso/ Porque jamais morria alguma coisa que plantava. Tio Marco descia o morro assobiando uma toada/ Depois sentava na sombra de um Chapéu de sol/ Uma vista fraca e a calça arregaçada/ Mas patrocinava alegre o nosso futebol. Minha tia Cida de compadre Zé Bruno/ Morava nas terras de Alecrim/ Quando o trem avisava com um apito soturno/ Ela nos contava histórias com sua alegria sem fim. Ico lia-nos gibis de heróis e nos falava do cinema do Fritz/ Charlton Heston nos Dez mandamentos,/ Joel Mc Crea em Pistoleiros do entardecer,/ E Johnny Weiss Muller era o fantástico Tarzan. Pros fundos de nossa casa passava um ribeirão/ Daíca filho de finado Gusto Amâncio e de Tia Maria/ Irmão de Joãozinho, Tuto, Zé Amâncio e Cote/ Ensinou eu e Claudio a armar um covo e bater peneira/ Disse que para aprender a nadar / Tinha que engolir um peixinho vivo... Tio João Tié de Inha Berduína era um Negro de elegância/ Tinha uma voz grave, porém calma, serena/ Sempre com seu chapéu de feltro/ Minha mãe o tratava por Tiézinho,/ E nós criança sempre que ouvíamos seu nome/ Imaginávamos o passarinho saltitante nas ramas de capim. Meu Tio Corné morava num outeiro também em Alecrim/ Cercado de jabuticabeiras, jaqueiras e jambos/ Da ponteira das árvores via-se a curva do rio Itariri/ Onde pescávamos nas pedras enormes cascudos/ No dia em que Inhá Basta morreu/ O céu se fechou de cinza escuras/ No dia em que Inhá Basta morreu, choveu/ E um vento intempestivo varreu.../ Finado Joaquim Lourenço tinha um recanto/ Entre ameixeiras, gravioleiras e um pessegueiro/ Havia algumas palmeiras e dracenas de canto/ Enquanto um batia palma outro furtava ligeiro/ Kinho era irmão de Zinho, Bel, Dirce, Dalva mãe de Bico/ Pescávamos sempre numa revessa no São Lourenço/ seu sorriso seu trejeito até hoje eu identifico/ como a saudade tece uma trama um fio imenso. Meu tio Landulfo era um negro bamba/ Ensinou Atamiro a tocar violão/ Era negro seresteiro e de rodas de samba/ Mas nos deixou uma fagulha, uma paixão. Minha Avó Inhá Áurea entregou sua a vida a servir/ Engomando, lavando, passando e cozinhando/ Assim criou seus filhos com toda dignidade de pobre/ Mal sabe ela que vive no tempero de suas netas... Meu avô Sió Paulo Vitor era negro curador/ Sempre a frente de seu tempo“... ah! como é formoso, é generoso o proceder da mocidade/ Tão brilhantemente ,glorifica, glorifica a liberdade...” Nunca pude agradecê-lo por ter me emprestado seus versos./ Não deveriam doer as lembranças/ Elas são as chamas vivas da memória/ Que interagem e assanham como crianças/ Procurando cada qual um cantinho na história. Julio Cesar costa... JULIO C COSTA

MOÇA DOS PRÉDIOS



Todo dia Zabete tomava o trem no mesmo horário tanto na ida como na volta, logicamente sete horas da manhã e sete horas da noite. Assim cumpria o seu dia de trabalho. Exceto aos sábados, domingos, feriados, dias santos, nas férias e em dias em que faltava por um motivo ou outro (Zabete raramente faltava, só por motivo extremo de saúde mesmo!). Ela era muito afeiçoada ao seu trabalho. Recepcionava as pessoas há muitos anos nesta grande empresa multinacional. Desta maneira viajava de seu humilde bairro suburbano, cruzava toda a grande metrópole de grandes prédios e finalmente parava na estação do outro lado desta metrópole e se dirigia ao seu destino andando aproximadamente uns quinze minutos. Era uma rotina de muitos anos.
Ultimamente Zabete havia notado que os prédios novos eram de um material vitrificado, brilhante e colorido. Tudo ia bem até o dia em que a viu pela primeira vez. Era a moça dos prédios denominação dada pela própria Zabete que ultimamente via esta moça quase rotineiramente. No início a visão daquela enorme figura loira de cabelo esvoaçante era bem esporádica. Zabete notou que a loira do prédio se tornava a cada dia: mais malévola. Pois, antes a visão a deixava com um pouco de mal-estar, mas atualmente além do mal-estar resultava numa Zabete insone. E as noites se tornavam mal dormidas e estavam influenciando no seu humor na recepção da empresa. Zabete tentou abafar a visão da moça do prédio sem sucesso. Entrava no trem e punha uns óculos escuros e fechava bem os olhos. Mas mesmo assim ao chegar próximo dos grandes prédios vitrificados via a moça dos prédios. O que fazer? O que fazer? A visão cada vez mais malévola!
Assim vieram também as enxaquecas, estresses e outras indisposições. E antes que ficasse louca Zabete viu a moça do prédio sair do local onde estava, se apequenar, adentrar no trem, sentar ao seu lado, acompanhá-la até seu trabalho e substituí-la na recepção. 
(Osvaldo Matsuda)

Cigarras

-Meu bom senhor
o que me sucumbe agora
sobre a seiva desta urtiga?
-Meu jovem
são tristonhos pássaros
recarregáveis, espatifados em seu jardim.
-Meu bom senhor
apanhe-os para mim antes que havera primavera.
-Meu jovem
não irão partir,
irão brotar, sim!
e logo após as primeiras gotículas de plânctons, 
dissolve-se a maquiagem
sobre frenéticos raios lunares
e evaporarão em fragmentos deltas.
assim sendo poderão massificar-se
em novas harpias invictas e audazes.
-Quanto sabeis de pássaros?
sabeis de ti?
-Venho de longe
sou a sua passagem sobre as esponjas
esse oceano em natura que invades
sou o cetro deste teu cedro
Mas quem lembra-se de mim?
pousado nesta fruta sem carne
sou o lodo que do lado lodo lido
que lida o lodo

Renato cavalheiro
início dos anos 90

Escrava Maria

Era ela que derrissava os cafezais,
gerava ao seu senhor,
doava o peito aos inocentes.
Açoitada, acuada.
Um sorriso no rosto
uma paz nos olhos
escravizada de dor
liberta pelo amor
Pulava corda, pulava o tempo,
pilava o chão.
Abria covas, plantava os corpos
de seus irmãos
Dormia fora, quando dormia, quando podia, junto aos cães
Eles ladravam por coisa à toa
Ela acordava pela garoa
batia poeira, surrava cancera
se punha a caminho, torrando farinha, fazendo biju,
torrando café, fazendo sabão, guiada na fé
Em seu coração.
cantava pra sorte
cantava pras matas
cantava ao vento
Maria escrava.
Patrão não sabia
que o dia era ela
ela era o dia
e que ele sem Maria, o dia não nasceria
se o rio se secasse, Maria molhava
se a vida faltasse, Maria doava
se um cão se alongasse, Maria trazia
se o almoço sobrasse, faltava Maria
se este não desse, Maria apenas doía, vazia
Mas a noite tão fria
o sereno chorava
Maria encolhia
Lutou com o frio, feria e feriu
que lhe abraçava, se enrolava, em carinhos frios
Ela então aderiu.
Morria Maria
e que falta que fez
que falta que faz
a paz que partiu
foi-se embora e sumiu.
Cachorro alongou
sabão não se fez
sinhá não mamou
nem flor se abriu
patrão ressentiu
agarrou-se ao corpo
vestida em sacos
no meio das cinzas
Chorou e gritou, até ecoou
adentro da casa
adentro do peito de casca sem alma
de Raimundo Cipó.
Que rio que era Maria!!!
a água que brotava, traduzida em cantoria
Maria escrava
já amortecida
na barra da serra
do Ribeirão das Palmeiras
junto a seu povo
junto de seus filhos e de seus irmãos
no vale de nosso Ribeira

Renato Cavalheiro
setembro de 2011

VIOLADA E PÃO

Violada e Pão uniu arte, poesia e música em Miracatu “Como todos sabemos, a música nos une, nos aproxima e nos alegra. O pão também é símbolo da solidariedade e união, por isso, violada e pão, duas linguagens universais. A roda de viola gira como a roda viva, roda gigante, nos unindo, nos divertindo. O trabalho de arte de Oswaldo Matsuda, somado à arte da viola, multiplica e, assim , reparte com os violeiros, o festejo. Viva a vida, a viola e o pão”, Martins. Miracatu – A arte do artista plástico e professor Oswaldo Matsuda, a viola de antigos violeiros e a poesia do grupo Simpamitatu – formado por Martins, Edson Feitosa e Nestor Rocha - integraram no sábado 26/11, o Violada e Pão, realizado no Bar do Elias, no bairro Melamico. A violada ficou por conta das apresentações dos violeiros e cantadores: Ari da viola, Claudinei (Cabrinha), Elias, Carlinhos, Zé Felix, Dito Caetano, Dino, e outros. O “Pão” do título ficou por conta da obra de arte de Osvaldo Matsuda, 50 pães no espeto formando um aglomerado com amplo significado. Todos poderiam saboreá-lo ou também saborear o texto de Martins sobre viola, poesia, pão e vida. Na festa cultural, também estiveram presentes os poetas Marcelo Plácido, Chica da Mata e outros que integram a conexão poética entre Sete Barras e Miracatu. Os organizadores – Simpamitatu- agradecem ao Elias, população de Melamico, cantadores, tocadores e público pela presença. Por Marcia Colla