Agaónedai

Na janela bate e rompe-se.
nas viagens dos olhos sem visão
de atalhos, onde pousar suas aves nômades?
Onde se calam em nossos cemitérios de silêncios?
Em seus tentáculos absorvem as vidas.
O animal humano devorando carne
em suas pálpebras lápticas no calor do fogo frio.
Noite de animal girando,
grunhindo em vozes fundidas em ventos.
Uma doce canção para enlouquecer,
mas não era você.
Os corpos magros espectrais
de sepulcros rompidos.
Tão perto é o tempo,
tão longe é o esquecimento da mais última dor
no absinto de olhares.
Muralhas de sombras em silêncio.
Mergulho nupcial das águas
e chuvas ácidas de carícias
ao se morrer em si.

Renato Cavalheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário