Índios do terceiro milênio

Eles não estão mais aqui.
Vejam a exatidão cirúrgica
de suas perfuratrizes.
As cidades em escombros de raízes.
envólucro num silêncio e seus ventos uivantes
Um sopro divino envolto em feiche de luz
em suas sinuosas danças cósmicas dos planetas.
Os jazigos de urânio extraídos
e transplantados nas células da vida.
Os gritos Canaverais dos leprosários
nas extremidades de suas ânsias ejaculatórias
em suas placentas.
Os adormecidos de assombros fluídos
Um olhar assassino goteja na terra
voracidades dos gemelares desnudados de vidas rotas.
Os Gnomos do apodrecer encandescidos de fugas.
Os entardeceres dependurados em seu olhar vermelho gritante.
As razões arrastadas, esmagadas
e sepultadas nos vales dos manicômios.
Os jardins em chamas eternas dos aliens
Abriram-se as pétalas das janelas da inconsciência,
pois já germinou o sol que tateia o horizonte,
pois é todo belo em suas vestes de luz branca.
Deitai os pães da fome aos contorcidos.
Dai o soldo dos perdões aos filhos dos mamíferos
que te dilaceram.
A exata biografia devoradas as vísceras burocráticas
em suas lesmas antagônicas feupudas
no berçário de suas sementeiras étnicas

Renato Cavalheiro

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