Miracatu, menino gigante
que adormece no berço do vale esquecido.
Despertai em sua ávida plenitude.
Aguçai seus olhos verdes das florestas
que lacrimejam em silêncio seus ferimentos
Os olhares encantados estrangeiros
sobre suas biodiversidades.
Menino ladino e tímido
como te descobrir sem te ferir?
te conhecer sem te machucar é o desafio
Até quando verás teus filhos partindo de ti
para outras terras em busca de seus sonhos
com a alma dilacerada?
Desperta criança!
de sua semente germina o caule
da nossa coragem.
Pois a ti vieram povos do sul e do norte,
do ocidente e do oriente.
e as estrelas que os guiaram pararam sobre ti.
Em toda sua extensão demográfica
expele o pólen do nosso orgulho,
pois tudo que fere em ti, sangra em nós.
Com suas linhas desalinhadas
cosemos nossos destinos.
O suor de seus filhos
são levados em caminhões
e nos sobram os ingaços da esperamça.
mas mesmo assim acreditamos em suas profecias
que se levantaria de seus ferrolhos
quebrando as algemas humanas
dos sádicos antílopes da lei.
Em seu grito espectral de liberdade
trincam os gélidos olhares do descaso
e é por estas lacunas que vão se esgueirando
nossas esperanças latentes.
Pois em seu solo estão sepultados
os umbigos da mordaça hereditária.
Dos poros de suas montanhas
verte a água doce que refrigera e cura seu povo.
A seiva vital de sua juventude
é o néctar de toda vida.
Renato Cavalheiro
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Ao ler esse texto, viajei e refleti de momento. Miracatu é e sempre será, inspiradora de palavras que tocam fundo no coração de sua gente. Prabéns!!!
ResponderExcluirA poesia é algo para a alma!
ResponderExcluirO elemento central na poesia do Renato é sua criatividade-inventiva e boa viagem no espaço sideral poético MARTINS
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