Taliban

Enchoval para se morrer.
As cegas contemplações
múltiplas de cavidades.
Pássaros rompidos, adormecidos
em sua caverna em Dulon.
Vertigens que se ocultam nas dobras
da fome zero, eclipse dos olhos
da esperança sem rosto.
O manjar de súplicas na cadeira elétrica,
o mergulho eterno.
Fórceps anoréxias de gnoses.
Concluir o silêncio em seu limite vegetal,
aparelhos mudos.
A permanência da faca sobre a mesa do mármore.
secos galhos da dor sem folhas,
sem frutos além do medo e da coragem.
O sono Dali.
Lordes de trajes em luto da civilização suína.
A superfície do ser em consistência
retrocedidas e fossilizadas
Uma doce canção para o adormecer.
Um sorrir oceãnicos em palatos
Mãos vívidas nos soluços em vergões do couro crú.
Peles selvagens tateando a textura em seus ferrolhos,
as vértebras do animal.

Renato Cavalheiro

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