Vale das Chuvas*

Enchente...
Há muito tempo ela vem, de ano em ano,
a esparramar-se pelo Vale dos rios.
Nos pequenos e grandes rios
Enchente Saguarú
Enchente fertilizante enriquecendo a “pobre” terra do Vale
Enchente trazendo peixes pros rios de cima
E levando dos brejos pros rios de baixo
Enchente esperada.
tem gente que vai com a enchente
Descaso do poder público
Da má distribuição de terras
Das construções mal planejadas
Ou da vida que quis ir-se embora
Por isto enchente morte, desesperada.
Acabar com a enchente?
Só se acabar com a chuva...Vale das Águas.
E a Barragem?
Água descendo não avisada.
Morte trazendo, arrastada.
Natureza morrendo, sufocada.
Só para roubar suas águas...suas vidas...Vale das Chuvas.

Déco Miracatu (Vanderlei Ribeiro) 2003
São Paulo



*poesia feita para apresentar a monografia de Alexandre Jeronymo: “Geração de empregos e compra de votos: Fatores que podem precipitar o Projeto de Aproveitamento Hidrelétrico de Tijuco Alto/SP-Pr.” Unesp/FCL, Araraquara/SP, que versa sobre a barragem de Tijuco Alto no Alto Vale do Ribeira.

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