Eu queria ser hoje o dia que amanhece
O sol que desponta
A planta que cresce.
Eu queria ser hoje a criança que brinca
O pássaro que voa, o ruído da borboleta
A rosa que desabrocha
O cravo a perfumar.
Eu queria ser o vento balançando as águas
Do rio que corre do grande Ribeira.
Eu queria ser hoje o pé da Goiabeira
Para pousar o sabiá e a coleira.
Eu queria ser as matas, beleza igual nunca vi,
Juriti ali pousando e formoso bem-te-vi.
Eu queria ser a rolinha para pousar nas bananeiras
Borboletas se chegando no lindo pé de laranjeira.
Eu queria ser o sol no pino do meio-dia,
Para ver naquela casa reunir toda a família,
Eu queria ser o jardim do casebre da fazenda
Para que a donzela colha as frias fores
Enquanto a vovó na varanda as finas rendas tecia
Eu queria ser a tarde, para a noite ver chegar,
E os casais de namorados no clarão da lua se amar,
Eu queria ser as estrelas com sua beleza sem fim.
Quero ser a madrugada e também a natureza...
Como não posso ser tudo isso,
Contemplo toda essa beleza.
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