Chuva garoada na noite de lua

o barulho da chuva nas folhas das árvores desperta a atenção
agora há bem pouco tempo uma grande nuvem chegava bem de mansinho
devagarinho...devagarinho...
parecia um grande navio cósmico
o luar...se contar ninguém acredita...tava tão claro que levou-me para longe.
Um barulho maior da chuva vem trazendo suas gotas de longe.
Um barulho bem ao fundo.
Se fosse de dia daqui de cima conseguiria ver a chuva chegando ao longe.
A noite é bem tranqüila
A poesia abre pedaços na frieza das coisas.
Sem poesia as coisas seríam bem frias.
Mas o frio é bom quando temos um fogo para aquecer as mãos
Só o barulho de gotas
Escorregando de mansinho
Começando a cair com força
Pingo em pingo
A cada olhada um barulho
Olho com os ouvidos e não consigo nomear os barulhos da chuva
Chuva garoada da noite enluarada
Se fosse de dia bem quente entrava na chuva
A poesia rompe as fronteiras
O sentimento pode ser a fronteira
Faço poesia com quem quer que queira
Palavras boas são ditas por toda e qualquer boca
A chuva vai diminuindo aos poucos
Até uma moto ronca na rua
Cato milho como quem cata palavras
Toda palavra tem o seu merecimento
Agora poucas gotas caem das folhas das árvores
E a lua?
Ainda não voltou.

Déco
Sete Barras 08-04-2009

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