SABE MÃE, EU ESTOU AQUI MILHARES DE QUILOMETROS
DA MINHA TERRA,
LUTANDO POR UMA CAUSA QUE EU NEM MESMO SEI SE É JUSTA.
ME DERAM UM FUZIL E ME ENSINARAM A MATAR
NO PRINCÍPIO FOI DIFÍCIL MÃE, VOCÊ SABE O QUANTO EU DETESTO SANGUE,
MAS AGORA MATAR TORNOU-SE UM GESTO MECÂNICO,
VIVO APREENSIVO NESSE MUNDO HOSTIL, RASTEJANDO-ME COMO UM RÉPTIL
EMBRENHANDO-ME NA MATA NA BUSCA DO INIMIGO.
SABE MÃE, ÀS VEZES EU ACHO QUE NÃO HÁ INIMIGO NENHUM,
E ESSA GUERRA É APENAS UM JOGO, UM PESADELO,
UMA LUTA CONTRA NÓS MESMOS!
AS VEZES, SONHO ESTAR AÍ COM VOCÊS NO ALMOÇO
DE DOMINGO
COMENDO MACARRÃO COM PARMESÃO RALADO.
SINTO, AS VEZES O AROMA DAQUELA CAFÉ COADO NA HORA ;
SABE MÃE, ONTÉM EU PENSEI SERIAMENTE NA CONCEPÇÃO DE DEUS,
REUNI TODAS AS DÚVIDAS QUE ME FLAGELAVAM
E DESCOBRI QUE ELE SEMPRE ESTEVE ENRUSTIDO
DENTRO DE MIM.
MÃE, JÁ NÃO ME HÁ MAIS TEMPO DE DIZER-LHE MAIS NADA,
BEIJOS E SAUDADES DESSE SEUS FILHO COMBATENTE.
JULIO CESAR DA COSTA( POEMA DO LIVRO "CACOS DE MIM")
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