HISTÓRIAS DE PRAINHA
“Como se forma uma banda de música”
A estação Ferroviária de Prainha (hoje, Miracatu), foi inaugurada em 1914, sendo nomeado seu primeiro chefe o Sr. Benjamin de Almeida. Contava com uma população não superior a 300 habitantes. Lugar pobre, em suas periferias alguns poucos sitiantes conseguiam produzir pequenas colheitas de arroz, cana, milho e mandioca. Não havia escola pública, e quem ensinava as primeiras letras, era um Padre português chamado Antonio Manoel da Silva.
Graças ao trabalho de pessoas influentes da localidade, inclusive o Sr. Benjamin de Almeida, o Governo do Estado que era presidido pelo Dr. Altino Arantes, nomeou o Profº Argeu Lopes de Oliveira, para lecionar em Prainha, o qual viria a ser substituído após uma ano pelo também Profº Durval de Castro, paulista de Guaratinguetá. Eram celebradas anualmente, em louvor a N. Sra. Das Dores, as festas religiosas do Divino Espírito Santos e do Coração de Jesus, juntamente com as procissões, leilões, foguetes, etc. Faltava uma banda de música para complementar a alegria do povo.
A banda com que os Prainhenses contavam anteriormente, do Profº Indalécio Constâncio Ferreira, já não existia, senão representada por alguns instrumentos velhos que viriam a ser aproveitados por Durval de Castro, que além de professor, era excelente músico e exímio violonista e trombonista. Numa noite de seresta na casa do Sr. Benjamin de Almeida (na pequenina estação) , o professor demonstrou toda a sua tristeza por não haver uma banda de música em Prainha e se dispôs a ensinar a um grupo de jovens que tivessem inclinação para isso.O Sr. Benjamin, que era seresteiro, se entusiasmou, e promoveu uma reunião com as pessoas do lugar: o Sub-Prefeito, o Escrivão, o Delegado, o Coletor, o Juiz de Paz, o Padre e alguns comerciantes, arrecadando uma quantia suficiente para compra dos instrumentos, que foi encomendado a fábrica Scavone: um contrabaixo, um bombardino, dois trombones, dois sax-mib, um clarinete, um flautim, um piston, um par de pratos, um bombo e uma caixa rasa.
O profº Durval, selecionou entre seus alunos, um grupo de doze: Joaquim Evangelista, baixo; Romeu de Almeida, trombone; Edgard de Almeida, trompa, João Antão, piston; Antonio Julião, clarineta; Altamiro Ribeiro Filho, Flautim; Antonio Onofre, trompa; Augusto (taco), bombardino, João Gregório, bombo; Irineu, trompa; Pedro Laragnoit (téde) caixa e Ramiro nos pratos, irmão do Joaquim Evangelista.
Em 8 meses, a banda estava estreando na procissão da festa da Padroeira, no mês de setembro, tocando também nos leilões e na Igreja, chamava-se ”Coração de Jesus”.
Miracatu, 30 de março de 2009.
Fontes:
Jornal “O ATIBAIENSE” Atibaia, 05 de julho de 1988.
Cartas de Edgard Araújo Almeida à Paulo Laragnoit – Atibaia, l6 de janeiro de 1985.
Acervo: Museus Municipal “Pedro Laragnoit” - Miracatu – SP.
Pesquisa: Laerte de Camargo Araújo
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