(poesia título da Mostra de Artes e Poesias “Caminhos” realizada em Miracatu e organizada por Osvaldo Matsuda)
Há incerteza.
Não sei porque me sinto assim.
O que me aflige?
Procuro uma resposta
Todos estão longe.
Caminham por outras ruas.
Olho em minha volta e os sentidos se entrelaçam.
Estou triste.
A rua está deserta.
Um cachorro ladra seus fantasmas caninos.
A lua me acompanha aumentando o contraste.
Passos se esvaem pelos becos escuros.
Uma lata de lixo repleta de folhas.
O ser humano é estranho.
Perco-me nas confusas ruas.
Não ligo. Vejo uma casa velha
e a infância me vem à memória
parecendo mais um lamento de saudade.
Percebo que sou um tolo,
e continuo a andar sem rumo
a buscar no âmago a perspectiva do futuro.
Pingos. A chuva começa a cair mansamente.
Tenta lavar o caminho.
Procuro a Lua,
mas ela não mais existe.
Aos poucos me confundo com os paralelepípedos.
Vou me extinguindo misturado com as pedras,
com as águas,
com o universo
e me encontro.
déco
Miracatu 7/08/1993
(do livro Vento Caminhador)
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