ODE PARA DRUMMOND

Sua figura inspira silêncio
mas sua poesia em si incomoda
esse teu sorriso é tão mineiro
e essa poesia implacável

O que seria do mundo sem Drummond?
sem essa morte do leiteiro à Cyro Novaes
sem teogonia, sem José...

Sabendo que os ombros jamais suportariam o mundo
as palavras procuram seus reféns
que se danem as escolas
pré-modernismo , modernismo, sei lá...

Vejo um velho macilento e calmo
na noite enluarada
passos descompromissados.

em seguida vejo Elefantes
sobre o brejo das almas

um chinês carrega um galo
que breve tecerá uma manhã

Acordo com uma simples receita de ano novo.
sem saber que a minha história também era mais
bonita que a de Robinson Crusoé.


Julio Cesar da Costa

1997

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