DOR
A dor não pode ser objetivamente determinada por instrumentos físicos,
A dor é antes de mais nada parte integrante do ciclo da vida.
A palavra dor origina-se do latim vulgar “dolore” e designa dor física indo até a dor moral, pesar,desgosto,tormento, aflição, tristeza.
Segundo Sternbach, 1968 “ a dor pode ser uma sensação pessoal e íntima do mal”.A palavra dor representa uma categoria de fenômenos compreendendo uma multidão de experiências diferentes e únicas.
Para Shakespeare “ a dor enerva a alma, torna-a mais teimosa(...) é o veneno da beleza”.
O poeta que mais soube falar da dor foi sem dúvida Cesare Pavese,ele era italiano e nasceu em Santo Stefano Belbo, nas Lange (Província de Cúneo) em 9 de Setembro de 1908, tendo-se mudado muito cedo para Turim,passou um ano na prisão de Barcaleone devido a questões políticas.
Sua tese de licenciatura foi sobre Walt Whitmam e já não era um desconhecido
quando em 1936 publicou Lavorare Stanca: tinha já publicado e continuava a publicar estudos sobre literatura norte-americana clássica e contemporânea
reunidos num volume publicado em 1951.Traduziu Daniel Defoe(Moll Flanders)Charles Dickens, Hermam Melville(Mobie Dick e Benito Cereno),
James Joyce(Dedalus).
Pavese suicidou-se em Turim em 1950.
És a terra e a morte
És a terra e a morte
A tua tentação é a treva e o silêncio.
Não há coisa que viva mais do que tu
Afastada da manhã.
Quando pareces despertar
Toda tu és dor
Está-te na dor e no sangue
Mas não a sentes,
Vives como vive uma pedra
Como a terra dura
E há sonhos que te vestem
movimentos, soluços
que ignoras.
A dor como a água de um lago
Estremece e envolve-te.
Há círculos à flor da água
Deixas que se desvaneçam
És a terra és a morte.
Césare Pavese,
In “ O vício Absurdo” & etc
Tradução de Rui Caieiro
Julio Cesar da Costa
pré ensaios
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