SETENTA VEZES SETE
QUERIA VIVER E CALAR ESTE MAR!
ESTIMA-SE NÃO OUVIR MAIS VOSSOS GRUNHIDOS
HIDRÁULICOS QUE ARRASTAM-SE NAS SOMBRAS DAS ILUSÕES
ATÉ A PRÓPRIA CARNE SE DESPRENDER
DOS LIMITES DOS ÓVULOS DESUMANIZADOS
E NÃO SERVIR SEUS OLHOS PARA A IRA
AINDA NA CASA QUE OUVISTE O CHORAR DA NOITE
EIS QUE DÓI UMA VOZ DE SINA
O PERMANTE DO VENTRE SÓ APALPA SEU DIA
POIS NÃO PODIA LEVANTAR A MÃO PARA O QUE QUERIA,
SEU PRATO DE FENO FOI POSTO ALI NA SUA CABECEIRA
E SUA MANDÍBULA JAZ, QUEBRADA!
AINDA ASSIM O CANIÇO PERFURAVA-LHE OS LÁBIOS
FRAGMENTOS DE VIDRO RETALHAVAM SUA VISÃO
MESMO ASSIM NÃO SOLTAVA OS FILETES DE OURO
NAS MÃOS
RESTOS DOS CACOS DE VISÃO
DEPARAVA-SE COM A ESPERANÇA ESMORECIDA
AO CAMINHO SE SUA MORADA,
E GASTAS A ÚLTIMA SALIVA SALOBRA
BARCO BOM , FAZ ÁGUA!
RENATO RODRIGUES CAVALHEIRO
PEDRAS
ENVEREDADAS DE BATALHAS
EM NOITES QUE MATAM DEZEMBROS,
AINDA NOITE MORRI,
DALI DA JANELA
DELA, HAVIA VELAS
ATÉ QUANDO O EXATO ATO PERMANECERIA
O FILHO JAZ NA PORTA
E QUEM SE IMPORTA?
O QUE TE CHAMA EM SONHO
QUE TAL NEM SABER
MAS NÃO SOU DE NEVE
PARA QUE LEVEM-ME
NESSE CANTEIRO DE DEDOS DE CULPAS,
ALI ESTAVA UM CHORO DE DOER
E O BARBANTE IA SE CONSUMINDO
DENTRO DA DERRADEIRA VELA PÁLIDA.
RENATO RODRIGUES CAVALHEIRO
MENINO DE BARBA
CONTENHA SUA MALDADE
AS FARPAS CONTÊM VENENO
COMO FLECHAS EMBEBIDAS
ÉS TU Ó MALDITA GUERRA
ÉS TU A MORTE DOS HOMENS
ÉS TU A MÃO QUE TATEIA
A FACE IMENSA DA FOME
EU VI O INIMIGO CAINDO
EU VI A VERDADE TÃO VERDE
EU VI UM VELHO VOLTANDO
QUE FOI E NADA ENCONTROU!
EU VI A PAZ VICIADA
CACHIMBO CHEIO DE MÁGOA
MENINO ME DÊ A BENÇÃO
JÁ VENDEU TODA A COCADA?
QUERO SER OS SEUS CONSELHOS
QUERO SER SUAS CALADAS
QUERO CABELOS BRANCOS
MAIS BELO QUE OS BELOS
VOU COLETAR A TRISTEZA
DESCENDO DOS OLHOS TEUS
VOU SER TRISTE POR MUITOS
E RIR POR QUASE NADA
MENINO SAIA DA RUA
MENINO VOLTA PARA CASA
-LÁ EM CASA FALTA-ME TUDO
LÁ EM CASA
NÃO TENHO CASA!
RENATO RODRIGUES CAVALHEIRO
CONCURSO DE DESENHO PARA CRIAÇÃO DO SÍMBOLO DA A.V.R.L.
(ACADEMIA VALE-RIBEIRENSE DE LETRAS)
REGULAMENTO
CARACTERIZAÇÃO:
Este concurso pretende valorizar e divulgar os talentos artísticos do Vale do Ribeira, mobilizando-os na criação de um logotipo (símbolo) que represente a Academia Vale - Ribeirense de Letras e os ideais acadêmicos.
FORMA DE PARTICIPAÇÃO:
O concurso de desenho é válido de 07 de março de 2009 a 07 de maio de 2009. A participação é voluntária e gratuita e não serão cobrados taxas, inscrições ou quaisquer outros valores dos candidatos.
Os trabalhos deverão ser digitalizados e enviados via e-mail para literatodovale@gmail.com até a data limite de postagem (07 de maio de 2009).
APURAÇÃO:
O concurso é livre em sua manifestação artística e passará por uma banca examinadora que dentre os trabalhos enviados escolherão apenas um ganhador.
Os critérios de seleção e escolha serão norteados pela capacidade de abstração da idéia, da criatividade, o equilíbrio dos elementos visuais, a expressão artística.
Os trabalhos enviados após a data limite serão desconsiderados por esse concurso.
PREMIAÇÃO:
Será selecionado apenas um desenho e o ganhador receberá como prêmio uma máquina digital e uma cesta de livros de autores do Vale do Ribeira.
CESSÃO DOS DIREITOS:
O preenchimento da ficha de inscrição e da autorização do uso da imagem deverá ser encaminhado no ato da inscrição (e-mail) na qual será devidamente assinada em papel no ato da entrega do prêmio.
INFORMAÇÕES GERAIS:
Ao enviar o e-mail de inscrição o candidato já poderá enviar o seu desenho digitalizado e aguardar o e-mail resposta.
O melhor desenho será divulgado nos jornais de circulação regional.
A data e local de entrega do prêmio ao ganhador ainda não foi definido, mas na ocasião oportuna será amplamente divulgado pelos canais de comunicação vigentes.
CRONOGRAMA DO CONCURSO
* 07 de março a 07 de maio de 2009 - Abertura das inscrições do concurso de desenho e data limite para entrega dos logotipos via e-mail (juntamente com ficha de inscrição e Autorização) para literatodovale@gmail.com.
* 07 de maio de 2009 - Divulgação à imprensa regional a composição da banca examinadora e julgadora do concurso.
* 16 de maio de 2009 - Resultados do concurso de desenho e divulgação à imprensa do trabalho escolhido, bem como o nome do vencedor do concurso de desenho.
* 23 de maio de 2009 – Entrega da premiação (local a ser definido) ao vencedor do concurso. Prêmio: 1 máquina fotográfica digital e uma cesta de livros de autores do Vale do Ribeira.
Poço da vida eterna.
Tentava não olhar para baixo, mas era inevitável. A altura é muito maior vista de cima do que quando se está embaixo.
Tudo isso começou há um ano atrás, quando socorri uma vítima de atropelamento. Era um cigano. Uma camionete o havia acertado em cheio e o jogado de encontro a uma árvore.
Eu estava logo atrás com meu jipe, e vi quando o motorista da caminhonete foi embora sem prestar socorro.
Levei-o até o próximo vilarejo e contei o ocorrido, ninguém fez mais perguntas. Coloquei o mapa no porta luvas e segui viajem. Acabei esquecendo o assunto.
E hoje estou aqui. No alto dessa montanha, com os dedos em carne viva. Após uma pausa para tomar fôlego retomei a subida. Depois de 10 minutos de vários escorregões, cheguei a um pequeno espaço aberto e plano de uns quatro m2 e novamente a continuação da montanha. Na base tinha uma fenda com pouco menos de 50 centímetros de largura e um símbolo na entrada. Era um símbolo de entrada, estava meio desgastado pelo tempo, mas era o símbolo de entrada. Eu já sabia, já tinha decorado todos os símbolos do mapa. Ainda bem que não precisaria subir mais.
Em uma fenda, cheia de areia e poeira, parecia ter um pedaço de corda. Olhando mais de perto, vi que era a alça de um balde. Um balde rústico e bem antigo, mas serviria para os meus propósitos.
Vocês devem estar pensando "mas que nojo", mas ao invés de sair sangue e víceras, saíram molas e engrenagens. Era mecânico, mas parecia tão real.
Olhei triunfante para o boneco de pedra, que neste momento, estava se levantando. Ficou de pé em minha frente, e sem qualquer aviso, se desfez em poeira.
É minha tarefa agora, avisar qualquer aventureiro que venha aqui. Nem que leve uma eternidade.
Jack Sawyer ;D
Do Bruto ao Abrupto
O bruto poema lamacento do rio
ECO É COOL ECOANDO
O BRUTO POEMA
Percussiva expressão de lama
Percussiva expressão de lama
Não me movimento para esse espaço
se multiplicar
Não me movimento para esse espaço
se multiplicar
Desses espaços ecológicos, biodiversos, interativos,
Há movimento
Há movimento
Choque Perceptivo
Choque perceptivo faz sentido.
O clima, a ambiencia ñ é anonima.
Possui emissor e receptor explícitos.
Móbilis significantes compoem
o modular poema previamente determinado.
Pelo olhar da escolha.
ideal acadêmico
Congregar em uma Academia de Letras Regional os escritores do Vale do Ribeira, resgatando escritores e personalidades literárias do passado, bem como valorizar e apoiar a nova vanguarda literária de nossa região.
Estimular a leitura, a apreciação estética literária e desenvolver projetos que visem à criação e a produção de material literário por crianças, jovens, adultos e idosos, sendo a Academia, uma fomentadora de ações que desenvolvam a cultura e a ampliação do repertório de informações do habitante do Vale.
Estabelecer parcerias público-privadas, principalmente com entidades educacionais para o enriquecimento do currículo bem como incentivar práticas na formação de leitores e escritores.
Criar vários eventos culturais reunindo público diversificado para uma interação com o universo literário tais quais: feiras, concursos literários, fóruns, estudos, produções coletivas e individuais espalhando desta forma cultura e uma maior aproximação do público leitor com os escritores regionais.
Criar espaços para resgate e preservação da memória do Vale do Ribeira com a criação do Museu de Imagem e Som Regional e da Biblioteca Acadêmica Regional que servirão de espaços para difusão e incremento cultural, preservando a história iconográfica, áudio e visual e documental da região.
Qual o nome daquele João?
Daquele João tonto
Daquele João torto
Daquele João morto
Aquele João não tinha coração?
Aquele João jogado no chão.
Qual o nome daquele João?
Daquele João sem rosto
sem pouso
sem porto
Aquele João com a cara enterrada no chão.
Qual o nome daquele João?
Qual seu chão?
Qual sua história?
Qual sua memória?
Qual sua vida?
A pinga, a luta, a volta pra casa
e a cara enterrada no chão.
Quem te viu, João?
Quem te olhou?
Quem se importou?
Mas por que se importar, por que se amolar com um João
com a vida enterrada no chão?
Paloma dos Santos
04/10/05 00:43
No ônibus, voltando da faculdade.
JANELA EMBAÇADA
é proporcional a
dose do veneno do ciúmes.
Arca o assoalho com grande vaso de flor
e paira no ar o leve perfume.
Ela transitando no pensamento.
Na sala vazia e semi - iluminada
leio do profeta Jeremias, seu lamento.
Vestido, jogado no chão, cheio de nada.
Um chá de ervas, cidreira eu acho.
Tomo copiosamente no meio
da espiral de fumaça.
Parado, valorizado silencio, parado,
nem passo.
Só minha respiração no seu movimento
a janela embaça.
DISPOSIÇÃO DO HOMEM PARA ...
Degeneração ambiental
Decaimento ambiental
Definhamento ambiental
Disposição do homem para
Dégénérescence do meio ambiente
natural
Alteração das suas características
Extinção
Sinal de dominação , exploração
Relação de poder
Uma resposta do setor público?
Responsabilidade ambiental
Do prazer da vida privada
Do prazer da vida comunitária
Tomar posse da fotografia
Para campanha publicitária
Qualidade de formas , sombras , luzes
Semi - tons no ambiente da foto
Da abrupta lente da camera
DISPOSIÇÃO DO HOMEM PARA ...
degeneração ambiental
decaimento ambiental
definhamento ambiental
Disposição do homem para
dégénérescence do meio ambiente natural
Alteração dos seus caracteres
Extinção
Sinal de dominação, exploração
Relação de poder
Uma resposta do setor público?
Responsabilidade ambiental
Do prazer da vida comunitária
Tomar posse da fotografia
Para campanha publicitária
Qualidade de formas sombras luzes
Semi - tons no ambiente da foto
Da abrupta lente da camera
FP ou PF para Ver ou Tocar
OBRA – FP ou PF para Ver ou Tocar
Osvaldo Matsuda
A Obra FP ou PF para Ver ou Tocar propõe que um livro destinado para leitura possa pretender ser apreciado através do ver ou tocar. Para conseguir o intento que tal uma Instalação de alguns exemplares do livro: FP ou PF (de minha autoria), semeados livremente no chão que poderão ser observados e manuseados pelos visitantes durante a mostra, somente no espaço delimitado da Obra de 9,0 m2 - nove metros quadrados de área, por 2,50 m - dois metros e cinquenta centímetros de altura (padrão). O espaço (de perímetro idealmente quadrado) de área 9,0 m2 = 3m x 3m, ou melhor, uma área quadrada de lado 3 metros, delimitação feita através de fita autocolante vermelha no chão. Acho que a altura para esta instalação só terá sentido quando algum visitante preferir apreciar quaisquer dos exemplares de pé no espaço determinado, exemplar que não será possível ser folheado, pois as páginas estarão hermeticamente coladas umas nas outras e a capa também formando um objeto compacto como uma tábua! Serão estes livros compactados e impossíveis de serem folheados que estarão semeados irregularmente neste espaço de perímetro quadrado com área de nove metros quadrados, em número de nove exemplares que poderão ser manuseados e observados, mas não lidos!
SP, agosto de 2006.
Bromélia
Seiva, água, vida.
Planta sutileza, beleza escondida.
Árvore sábia protege e deixa - te nutrir
da simplicidade de ser árvore.
Por sua vez beleza tem e pode compartilhar
com a simplicidade.
O significado da vida está contido em uma imagem.
Apenas a vida está.
APREENDER
Apreende - se com o objeto do olhar.
Com o olhar apreende - se a ficção.
Ficção ambiental vista, lida.
Produção fotográfica.
Ficção revela a informação.
Informação elaborada a partir dos impactos ambientais cotidianos.
Informação desconexa em relação com a realidade.
Da objetividade fotográfica em invenção poética.
Simulação é informação perceptiva do que se lê.
É a seleção da informação perceptiva da foto.
Quando estamos sós
Estamos em contato
Com nós mesmos
Temos que estar limpos
Despidos da falsidade
Quando estamos sós
Temos que estar plenos,
serenos.
Plenos nos sentidos
Ouvindo
Ruídos
De
Nós
Quando estamos sós
Não gostamos de nós
Enxergamos o pior
Do nosso melhor.
Em contato pleno
Temos que estar
Limpos
Despidos
Plenos
Extremos.
18 de novembro de 2004
Horário: 23h57min.
JACK SAWYER
JACK SAWYER
Sou paulista da capital, nasci em São Paulo em 1971, vim para Miracatu em 1980, por causa do trabalho do meu pai.
Estudei na escola de Pedro Barros, no Armando Gonçalves em Miracatu e me formei em Matemática pela faculdade de Registro.
Sempre gostei de ler, e tudo isso começou quando eu morava em São Paulo. Uma vizinha me deu um livro de crônicas chamado “Para gostar de ler”, daí em diante não parei mais.
Sou muito fã de ficção, suspense, terror (principalmente vampiros e lobisomens), fantasia épica e medieval.
Meus autores preferidos são Robin Cook, Stephen King, Clive Cussler, Julio Verne e recentemente André Vianco e J.Modesto (ambos brasileiros). Comecei a escrever em fevereiro de 2008, quando entrei em um grupo de fãs do escritor Stephen King. Nesse contato mais próximo com as pessoas que gostavam do mesmo estilo que eu, fui incentivado a escrever, pois sempre tive vontade mas nunca consegui passar para o papel.
Nesse grupo sempre escrevem contos de várias mãos, por exemplo, um começa e outro participante vai dando continuidade até alguém colocar um final. Foi num desses contos que percebi que conseguia e daí em diante não parei mais. Criei um blog para postar os contos.
Atualmente sou bancário e nas horas vagas, escrevo.
CAMILO ALMEIDA
Nome: Camilo Aparecido de Almeida
Data nasc: 12/10/1966
Natural: Sete Barras - SP
Residência atual: Registro-SP
Pai: Diogo de Almeida
Mãe : Maria Paula de Almeida
Camilo Aparecido de Almeida nasceu na cidade de Sete Barras - SP.
Filho de agricultores do senhor Diogo de Almeida e Maria Paula de Almeida (Dona Cotinha), cursou apenas até a 8ª serie na Escola Votupoca, onde viveu por alguns anos trabalhando com a bananicultura. Após as enchentes da década de 90, fez o curso de segurança e foi trabalhar na região de Jundiaí-SP.
Em 2005 retornou ao Vale do Ribeira.
CÉU ABERTO
Voava feito gavião, no céu fazia travessuras
Téco-téco seu lindo brinquedo, que deixava o povo tão confuso
Lá nas nuvens que ele surfava, e descia feito um parafuso
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
No Vale você fez um ninho, com coragem e muito amor
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
Voa homem destemido, lá nos ares você foi doutor
Toda festa aqui da cidade, quando vinha gente importante
Em desfiles de sete setembro, gavião dava muitos rasantes
Téco-téco também levava, gente enferma lá pra capital
Se o recurso aqui faltava, e o doente estava mal
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
No Vale você fez um ninho, com coragem e muito amor
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
Voa homem destemido, lá nos ares você foi doutor
Hoje o povo aqui muito se orgulha, de quem lá fora muito brilhou
Bertelli foi voar mais alto, só saudades que aqui ficou
Hoje o nome dele é estádio, foi nos ares que ele jogou
Seu nome também é de escola, pois pilotos muito ensinou
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
No Vale você fez um ninho, com coragem e muito amor
Voa voa passarinho, voa perto do Senhor
Voa homem destemido, lá nos ares você foi doutor
Sesary Roberto de Oliveira
O ANDARILHO
QUE CAMINHA SEM OLHAR PRA TRÁS
VAI SEGUINDO SUA CAMINHADA
SEM SABER PRA ONDE ELE VAI
SEU TAPETE É O CHÃO DO ASFALTO
SEU PERFUME É O SEU SUOR
E O SOL ARDENTE SUA SAUNA
MAS A CHUVA GOTAS DE AMOR
ANDARILHO MEU CARO AMIGO
O QUE FOI QUE TE DEIXOU ASSIM
FORAM MÁGOAS, TRAIÇÕES, OFENSAS?
PELO MENOS OLHE PARA MIM
VOCÊ ACEITE LOGO O MEU ABRAÇO
E ESSA MODA QUE EU TE COMPUS
VOCÊ É SUJO MAS TEM ALMA LIMPA
POIS É FILHO DO MEU BOM JESUS
ELE É HUMILDE CAMINHANTE
QUE SÓ SEGUE EM BUSCA DE PAZ
NA MOCHILA NÃO TEM DOCUMENTOS
MAS SE LEMBRA DOS SEUS ANCESTRAIS
A ESTRADA É A SUA COMPANHEIRA
E O NADA É O SEU ALÉM
SEU PASSADO FICOU ENTERRADO
NA POEIRA QUE NA ESTRADA TEM
ANDARILHO SIGA O SEU CAMINHO
SIGA EM FRENTE SEM TEMER NINGUÉM
MESMO SÓ NA ESTRADA DESSA VIDA
VOCÊ É GUIADO POR ALGUÉM
ESSE ALGUÉM JÁ FOI UM ANDARILHO
QUE NASCEU TÃO POBRE EM BELÉM
MAS MORREU PELA HUMANIDADE
SÓ AMOU E SÓ NOS FEZ O BEM
Sesary Roberto de Oliveira
DOUTOR DO CHÁ
Minha história que vou te contar
É a história da minha infância
Que às vezes nem quero lembrar
Eu vivi com meus pais, meus irmãos
Lá no sítio de um japonês
Nós só "vinha" pra essa cidade
Quatro vezes ou meados de mês
A família colhia o chá preto
No inverno, na chuva e verão
Eu também ajudava na lida
E assim nós "ganhava" o pão
Sábado japonês nos levava
Na carona de um caminhão
No Tezuka o pai nos comprava
O arroz, o açúcar, o feijão
O salário enchia três caixas
Pra manter a nossa pobre família
Não sobrava pra compra de roupas
Lá no sítio a igreja nos dava
E assim nós crescemos unidos
Trabalhando para o japonês
Eu sonhava com muita esperança
"Um dia chegará nossa vez!"
E saí lá de casa mocinho
Fui tentar lá fora estudar
Eu sofri, mas com muita paciência
Trabalhei consegui me formar
E agora já sou um doutor
Tenho casa, fazenda e carinho
Os meus pais até moram comigo
Vou cuidar dos queridos velhinhos
Meus irmãos eu mandei estudar
E agora já falam em inglês
Pois deixaram a lida do chá
Lá no sítio do bom japonês
Meu passado é de muita saudade
Que jamais poderei me esquecer
Nossa vida foi muito sofrida
Deu-me força e fé pra vencer
A PARTIDA DO PORTUGUÊS
VIOLEIROS DEBANDARAM
NA PARTIDA DO FIRMINO
QUE ESSA TERRA TANTO AMOU
NOSSA "RODA DE VIOLEIROS"
VAI SENTIR MUITA SAUDADE
E O PALCO SEM FIRMINO
PERDE LUMINOSIDADE
FORAM ANOS DEDICADOS
COM CARINHO DE DEVOÇÃO
À VIOLA E VIOLEIROS
CANTADORES DO SERTÃO
SUA ESPOSA ORGULHOSA
NA PLATÉIA APLAUDIA
AS FAÇANHAS DO MARIDO
QUE A "RODA" CONDUZIA
E AGORA? SEM FIRMINO
COMO FICA O VIOLEIRO
É UM BARCO À DERIVA
NÃO TEM MAIS SEU TIMONEIRO
SOU VIOLEIRO SOU DEVOTO
CANTO A PAZ E CANTO O AMOR
E FIRMINO NAS ALTURAS
CANTA COM O SALVADOR
Sesary Roberto de Oliveira
Por aqui
O forró era animado
O convite "tava" armado
Só faltava o seresteiro
Me vesti neste roteiro
E me pús a ensaiar.
Era passo
Muito passo
Passo aqui
Passo acolá
Sola boa
E pé descalço
Quero ver
Quem vai dançar.
Deite e role
Olhe e veja
No encoxa
É que se beija
Vem pra cá
E não me deixa
Vem pra cá e não
se queixa
e me beija,
e me beija...
Corpo mole
Mente entregue
Puxe o fole
E não me negue
Esse corpo de boneca
A bailar com perfeição
Com seu cheiro
Por inteiro
Fica minha decisão:
- Quero agora
Os seus beijos
Que me alegra
O coração.
20 de novembro de 2004
Horário: 12h35min.
Hoje me casei com a solidão
Quase dormindo
Debruçou-se na janela
Para ver o meu amor
No jardim da minha dor
Entreguei meu coração
Eu não vi o meu amor
Me casei com a solidão.
20 de novembro de 2004
Horário: 00h12min.
Sonhos e utopias
Se faz a possibilidade
do puro conceito aprimorado
dos grandes sonhos e utopias
Na movimentação reprimida pela tirania
É necessário retirada completa.
Aqui nós temos coisas cruéis cotidianamente
e as maiores participações do ser humano
limitam-se cubrir o inimigo pela aparência.
Mas as percepções atentas ao insuportável
não me deixam acostumado com a ordem servil.
Temos que apoiar livremente o simples
e treinar liberdades sucessivas
como se fossem cenas elaboradas
para transformar.
A canção não existe só.
Primeiro organiza-se tudo para que possa acontecer.
Assim você vê as pessoas
preservando o respeito que pertence a condição humana
A vida é o contrário do que se diz.
Existe para o curioso ver.
Assim escutamos e paramos para pensar
nas coisas que existem contra o grande mundo.
Mesmo assim gostaria de dizer
menos coisas especificas – assim pensamos nós!
Pretendo liberdades extraordinárias.
Expondo aquilo livremente simples.
Temos coisas cruéis no cotidiano
com grandes sonhos e utopias.
A canção não existe só.
Assim você vê as pessoas
fazendo da possibilidade
grandes planos e fantasias.
30 de outubro de 2004
Horário: 01h19min.
Pedra de Fenraht
Unidade
- Primeira infantaria, ao centro. Segunda
infantaria se divida e ataque pelos flancos ao meu sinal.
– cada destacamento contendo dois mil elementos, se posicionara, munidos de lanças e escudos.
O general continuava a gritar as ordens.
- Esquadrão alado, voe por traz das linhas inimigas e tentem conter o avanço.
Imediatamente, mil elementos montados em magníficas criaturas aladas, alçam vôo, com alforjes contendo pedras, algumas afiadas ou pontiagudas.
No ar, o esquadrão alado se divide em dois, com fileiras de 10x50 cada, uma pela frente e outra por traz. Quando se cruzam no ar, provocam uma verdadeira chuva de pedras, que quando não matam, pelo menos tonteiam o inimigo.
A comando do general a primeira infantaria avança, estocando com lanças os que ainda insistem no ataque. Enquanto isso, a segunda infantaria vai terminando o serviço do esquadrão alado.
Ao chamado do general, os soldados voltam para reagrupar a formação.
Um grupo de manutenção é convocado para os reparos no castelo e cobrir os buracos na muralha.
A guarda pessoal da rainha, a desloca para um lugar seguro no castelo, onde só pode ser atingida se a fortaleza inteira for destruída. Ao final da breve batalha, os curandeiros, auxiliares e voluntários, recolhem os feridos e os mortos.
É meu amigo. É sempre assim, quando um formigueiro é atacado.
UMA NOITE PARA FICAR NA HISTÓRIA
O poeta Julio Cesar Costa e o Banner com a capa de seu livro
Neste sábado passado, dia 07 de fevereiro (2009), mais de 150 pessoas lotaram a Sala das Sessões da Câmara Municipal de Miracatu para prestigiarem o lançamento e a noite de autógrafos do livro Sortilégios e Tesouros: Poemas, causos e lendas do Vale do Ribeira do poeta miracatuense Julio Cesar Costa, provando que a literatura está em alta e que o Vale tem talento e maturidade cultural.
poetas Renato Cavalheiro e Osvaldo Matsuda
Dona Inês (mãe do poeta Julio Cesar) e o escritor Paulo de Castro Laragnoit
Antonio Lara Mendes fala sobre o autor de Sortilégios e Tesouros
Em seu discurso a prefeita Déa destacou a importância da cultura e o comprometimento que deve haver na implantação de políticas que valorizem iniciativas culturais para desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população e afirmou que “é chegada a hora de todos se comprometerem de fato com as coisas de nossa terra”. A prefeita aproveitou para apoiar a fundação da Academia Vale - Ribeirense de Letras, que segundo ela é um passo importante na valorização das produções literárias do Vale do Ribeira.
Prefeita Déa, filha do poeta Domingos Bauer Leite
Ao final do evento propriamente dito, houve um coquetel preparado para os convidados, onde amigos reencontraram-se, pessoas se conheceram e contatos foram estabelecidos em prol do desenvolvimento artístico-cultural da região mais rica do estado de São Paulo.
O livro é uma parceria muito bem sucedida entre a Editora Inteligência e os patrocinadores do livro (Deputado Federal Vicentinho, a Subsede CUT do Vale do Ribeira, a FAF – Federação da Agricultura Familiar e do SINTRAVALE, além do autor).
Segundo o editor-chefe da editora, Marcos Mendes, os poetas estão espalhados por aí e todos são escritores em potencial o que falta é um pouco de ousadia para conseguir ocupar os espaços. Mendes mostrou-se entusiasmado com o momento literário em que o Vale está passando abrindo as portas da Editora Inteligência à disposição de autores que queiram publicar suas obras.
MANIFESTO ACADÊMICO
O Vale das letras.
No eco das montanhas verdejantes
e de bananais viçosos
habita um Literato.
No Vale caiçara, bandeirante,
ecológico e responsável
habita um Literato.
Graças à união que irá surgir através da Academia Vale - Ribeirense de Letras, será escrita uma história onde escritores, jornalistas e pensadores unirão forças por um bem comum: A Literatura.
A responsabilidade pelas palavras reside em cada um de nós.
O compromisso com o futuro nos movimenta e nos impulsiona a extrapolar fronteiras geográficas para que juntos lutemos por tempos melhores.
A humildade em aprender e ensinar nos conduzirá e nos fará irmãos por uma única causa: A união literária. Sem a humildade e o caráter de união não se formam alianças.
Somente pela cultura nos diferenciamos de outros seres. Somente pela nossa cultura original poderemos estar inseridos num contexto maior, mas muito mais conscientes de nós mesmos.
Nunca poderemos nos esquecer daqueles que em outros tempos deixaram impressos na história sua contribuição literária de grande valor. Esse mosaico precioso de passado e contemporaneidade formam a identidade que habita a alma de cada Vale - Ribeirense.
Despertar a cultura, preservar a memória, interagir no presente contribuindo para um futuro promissor são os lemas que devem nortear nossas vidas.
Na parte somos o todo
No todo somos o Vale:
O Vale do Ribeira.
Nossa terra bendita!
Nossa terra querida!
Transbordante de sentimento
Em verde-alma
Em verde-escrita
Refletida no eco de seu povo
Manifestada na alma de nossa gente.
A Academia Vale - Ribeirense de Letras instituída a partir de então, contribuirá para o engrandecimento de nosso Vale. Sendo assim, a partir de hoje começamos conjuntamente a luta para que se faça existir a Academia Vale – Ribeirense de Letras que será o grande orgulho para nossa gente e para todo o Vale do Ribeira.
Vale do Ribeira, Miracatu, 07 de fevereiro de 2009.