JANELA EMBAÇADA

A dose do amor
é proporcional a
dose do veneno do ciúmes.
Arca o assoalho com grande vaso de flor
e paira no ar o leve perfume.



Ela transitando no pensamento.
Na sala vazia e semi - iluminada
leio do profeta Jeremias, seu lamento.
Vestido, jogado no chão, cheio de nada.



Um chá de ervas, cidreira eu acho.
Tomo copiosamente no meio
da espiral de fumaça.
Parado, valorizado silencio, parado,
nem passo.
Só minha respiração no seu movimento
a janela embaça.

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