Caminho para Iguape

Veia alva de eterno jorro
De onde vem o sangue
Vida da serra.

Imenso mar de montanhas
Que se abre lá embaixo
De silencioso azul
Verde mansidão
Sempre a nos prender os olhos.

E três chaminés gritam gêmeas, com suas línguas de fumaça:
Não devíamos estar aqui!

E já posso vê-la, tão longe ainda
A grande muralha chega

Estrada longa, estendida
Mais que estrada, caminho
Deitado entre pastos e casas
Entre vales e árvores
Estrada a nos levar
Caminho de se encontrar.

Uma ponte sem rio
Rio tão pequeno
Que desapareceu
Onde está o rio
Que tinha aqui?

Mas de repente
Ela surge
A muralha se levanta
Ao lado do rio irmão
O grande cavalo dorme
Perto do céu

A imensa e forte muralha
Protege a cidade
Estamos chegando a Iguape
E já não tenho medo da chuva
Aprendi a amar Iguape de qualquer jeito

O rio nos acompanha
E entre rio e muralha
Meu coração se lembra
O Cristo a espera
De quem a estrada trouxe,
De quem no caminho se encontrou...

Paloma dos Santos

Algum sábado de 2008

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