SETENTA VEZES SETE

DA DISTANTE LINHA QUE FILTRA A CLARIDADE
QUERIA VIVER E CALAR ESTE MAR!
ESTIMA-SE NÃO OUVIR MAIS VOSSOS GRUNHIDOS
HIDRÁULICOS QUE ARRASTAM-SE NAS SOMBRAS DAS ILUSÕES
ATÉ A PRÓPRIA CARNE SE DESPRENDER
DOS LIMITES DOS ÓVULOS DESUMANIZADOS
E NÃO SERVIR SEUS OLHOS PARA A IRA
AINDA NA CASA QUE OUVISTE O CHORAR DA NOITE
EIS QUE DÓI UMA VOZ DE SINA
O PERMANTE DO VENTRE SÓ APALPA SEU DIA
POIS NÃO PODIA LEVANTAR A MÃO PARA O QUE QUERIA,
SEU PRATO DE FENO FOI POSTO ALI NA SUA CABECEIRA
E SUA MANDÍBULA JAZ, QUEBRADA!
AINDA ASSIM O CANIÇO PERFURAVA-LHE OS LÁBIOS
FRAGMENTOS DE VIDRO RETALHAVAM SUA VISÃO
MESMO ASSIM NÃO SOLTAVA OS FILETES DE OURO
NAS MÃOS
RESTOS DOS CACOS DE VISÃO
DEPARAVA-SE COM A ESPERANÇA ESMORECIDA
AO CAMINHO SE SUA MORADA,
E GASTAS A ÚLTIMA SALIVA SALOBRA
BARCO BOM , FAZ ÁGUA!

RENATO RODRIGUES CAVALHEIRO

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