Mágoas que não se passaram desde quando eu ficava
sentido.
Minha mãe gritava comigo, causa injusta. Eu que não
apronto, eu que levo o pato.
Agora estou chateado. Ninguém me pediu desculpas,
mas queria saber o porque. O porque de tanta briga,
discussões de família.
Primeira página de um diário. É como se eu estivesse
iniciado outra vida. Minhas mágoas, minhas alegrias,
que folia...
Sou só. Vivo no meu mundo, vivo em conflitos.
Dores de família que não se curam. Feridas abertas que
não se fecham. Olhos fechados que não se abrem.
Amores que se escondem.
Este é outro texto de 10 anos atrás feito para simular uma página de diário.
L.V.D.L
23/08/1999
My Miseries.
Miseries that has not passed since I was sense.
My mom shouted within, was not just. Just me who
never get up to only me took to heart.
I’m cheesed off right now. Nobody has apologized me
but I really would like why.
Why exist so many fight, family’ discussions.
First page of a diary. It looks as I have been started
another life.My miseries, my happiness, revel.
I’m on my own. I live in my own world, I live in conflict.
Family’ painess that had no one cure. Open sores that
don’t shut down. Closed eyes that don’t open. Love that
hide of each other.
This is another texto that was made to simulate a diary's page.
L.V.D.L
23/08/1999
Sem Título - Dona Dalva
Eu não gostava de Dona Dalva porque ela era velha e feia
e ruim. Uma vez Juca deu um assobio em sala de aula e
ela achou que era eu.
- Não fui eu!
- Você está mentindo!
- Cala a boca!
- Não calo!
Ela me pôs de castigo lá na frente e todo mundo riu. No
fim da aula, Juca confessou:
- Fui eu que assoviei, professora.
- Agora é tarde!
Contei para mamãe e ela foi pedir satisfação para o
diretor:
- Exijo que Dona Dalva me peça desculpas na frente dos
alunos.
- Isso é impossível, disse o diretor.
- Não saio daqui enquanto Dona Dalva não fizer o que eu
exijo.
O diretor chamou ela para dentro e eu escutei ele
perguntando se ela ia pagar os três meses que ainda não
havia pago.
Ela saiu e me chamou para ir embora.No caminho disse:
- Esqueça isso!
- Não vou esquecer!
- Tenho vontade de te bater tanto até sangrar.
Depois começou a chorar.
L.V.D.L
09/08/1999
No Title- Misses Dalva.
I didn’t like so much Misses Dalva because she was old
and ugly and too bad. Once Juca has given a whistle in
classroom and she thought that it was me.
- It wasn’t me!
- You’re lying!
- Shut up!
She put myself chastisement at the front of all class and
everybody has laugh. At the end of the class Juca made
his confection:
- It was me who has whistled, teacher.
- Its too late to tell me this!
I told the fact to my mom and she went to talk with the
headmaster:
- I demand that Misses Dalva apologize me in front of
the other pupils.
- This is impossible, said the headmaster.
The headmaster has asked her to enter and I heard him
asking my mom if she went to pay the three months
that she didn’t pay yet.
She got out and call me to go away.
Backing home she said:
- Forget that!
- I’m not gonna forget!
- I’m going to give you a hammering that you’re gonna
bleed.
After that started crying.
L.V.D.L
09/08/1999
Outra atividade de sala de aula feita há 10 anos atrás. O texto original é "Meus Oito Anos" de Luiz Vilela e a atividade propunha que fosse passada para a 3ª pessoa.
e ruim. Uma vez Juca deu um assobio em sala de aula e
ela achou que era eu.
- Não fui eu!
- Você está mentindo!
- Cala a boca!
- Não calo!
Ela me pôs de castigo lá na frente e todo mundo riu. No
fim da aula, Juca confessou:
- Fui eu que assoviei, professora.
- Agora é tarde!
Contei para mamãe e ela foi pedir satisfação para o
diretor:
- Exijo que Dona Dalva me peça desculpas na frente dos
alunos.
- Isso é impossível, disse o diretor.
- Não saio daqui enquanto Dona Dalva não fizer o que eu
exijo.
O diretor chamou ela para dentro e eu escutei ele
perguntando se ela ia pagar os três meses que ainda não
havia pago.
Ela saiu e me chamou para ir embora.No caminho disse:
- Esqueça isso!
- Não vou esquecer!
- Tenho vontade de te bater tanto até sangrar.
Depois começou a chorar.
L.V.D.L
09/08/1999
No Title- Misses Dalva.
I didn’t like so much Misses Dalva because she was old
and ugly and too bad. Once Juca has given a whistle in
classroom and she thought that it was me.
- It wasn’t me!
- You’re lying!
- Shut up!
She put myself chastisement at the front of all class and
everybody has laugh. At the end of the class Juca made
his confection:
- It was me who has whistled, teacher.
- Its too late to tell me this!
I told the fact to my mom and she went to talk with the
headmaster:
- I demand that Misses Dalva apologize me in front of
the other pupils.
- This is impossible, said the headmaster.
The headmaster has asked her to enter and I heard him
asking my mom if she went to pay the three months
that she didn’t pay yet.
She got out and call me to go away.
Backing home she said:
- Forget that!
- I’m not gonna forget!
- I’m going to give you a hammering that you’re gonna
bleed.
After that started crying.
L.V.D.L
09/08/1999
Outra atividade de sala de aula feita há 10 anos atrás. O texto original é "Meus Oito Anos" de Luiz Vilela e a atividade propunha que fosse passada para a 3ª pessoa.
Vida a Dois
Havia um casal de namorados que se davam muito bem.
Além de serem jovens, um queria fazer uma coisa e o
outro queria fazer outra coisa.
Sérgio queria assistir ao campeonato de futebol
enquanto Liliana queria ir ao cinema assistir ao filme
que estava em lançamento.
Era domingo. Foram ao shopping e Liliana viu na porta
do cinema o nome do filme “ A Máscara do Zorro”, mas
estava fechado e só abria às 8 da noite.
A noite, ela se arrumou toda para ir ao cinema. Quando
Sérgio chegou, ele disse que não poderia leva-la ao
cinema porque ele estava indo ao estádio do maracanã
assistir ao jogo.
Eles estavam discutindo e a irmã de Liliana tirou uma
foto de Sérgio gritando com Liliana e Liliana chorando.
Quando Juliana revelou as fotos, chegou em casa e
mostrou a foto para Liliana.
Liliana pegou a foto e separou os eu rosto do dele.
Depois de seis semanas sem se falarem, Liliana e Sérgio
voltaram, mas um provocava o outro: Liliana queria ir
ao clube e Sérgio ao cinema. E assim a discussão
continuou, sempre assim.
L.V.D.L
Ps*- atividade de classe de 10 anos atrás.Mais uma história baseada num propóstito. O grande questionamento é...de onde surgiu Juliana?rsrsrs.
Além de serem jovens, um queria fazer uma coisa e o
outro queria fazer outra coisa.
Sérgio queria assistir ao campeonato de futebol
enquanto Liliana queria ir ao cinema assistir ao filme
que estava em lançamento.
Era domingo. Foram ao shopping e Liliana viu na porta
do cinema o nome do filme “ A Máscara do Zorro”, mas
estava fechado e só abria às 8 da noite.
A noite, ela se arrumou toda para ir ao cinema. Quando
Sérgio chegou, ele disse que não poderia leva-la ao
cinema porque ele estava indo ao estádio do maracanã
assistir ao jogo.
Eles estavam discutindo e a irmã de Liliana tirou uma
foto de Sérgio gritando com Liliana e Liliana chorando.
Quando Juliana revelou as fotos, chegou em casa e
mostrou a foto para Liliana.
Liliana pegou a foto e separou os eu rosto do dele.
Depois de seis semanas sem se falarem, Liliana e Sérgio
voltaram, mas um provocava o outro: Liliana queria ir
ao clube e Sérgio ao cinema. E assim a discussão
continuou, sempre assim.
L.V.D.L
Ps*- atividade de classe de 10 anos atrás.Mais uma história baseada num propóstito. O grande questionamento é...de onde surgiu Juliana?rsrsrs.
L.V.D.L
L.V.D.L
Biografia:
NOME: Luciano Vitor Dias Liberato
PSEUDÔNIMO: L.V.D.L
NATURALIDADE: É natural de Jacupiranga, tem 22 anos
FORMAÇÃO: É formado em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.
É pós-graduado em Ensino de Língua Inglesa e produz literatura desde a pré adolescência, inciado aos 11 anos.
Em sua bagagem literária, produz poesia, conto e crônica e a produção de uma obra completa está se tornando realidade.
Eterno
Com rosas podemos descrever o carinho
Com pétalas podemos descrever o amor
Com galhos podemos descrever as barreiras
E com espinhos
Podemos descrever toda a dor.
L.V.D.L- 2000
Se Eu Fosse Um Pássaro
Se eu fosse um pássaro
Voaria para bem longe
Ficaria em um lugar quente
Choraria pelo passado
E por tudo o que deixei para trás.
Se eu fosse um pássaro
Saberia aproveitar tudo o que a vida
E a natureza
Me ofereceu.
L.V.D.L- 1998
DEU NO "DIÁRIO DE IGUAPE"
A criação do blog "Literato do Vale" e a projetada Academia Valerribeirense de Letras foram matérias de destaque no site "Diário de Iguape", sem dúvida o mais acessado do Vale, em sua edição de 28-1-2009. A idéia está tomando forma, agremiando os literatos do Vale e, brevemente, a nossa Academia será uma grata realidade. Vamos acreditar. O endereço do "Diário de Iguape" é:
http://diariodeiguape.com
http://diariodeiguape.com
O MAR
O mar está revolto...
Entre espumas agitadas
E ondas vertiginosas,
Que se espraiam pelos rochedos,
Ele expõe seu poder
No reino das águas iradas.
Em louca fúria,
Como um leviatã endoidecido,
Ele invade a praia
E a engole totalmente...
Sua imponência é tamanha.
Quanta grandeza!
E o mar, sempre furioso,
A arrebentar-se nas pedras,
Deixa impresso na rocha
O atestado de sua força
Que jamais será refutada.
Miracatu, 1/6/1983
(Por Roberto Fortes).
Entre espumas agitadas
E ondas vertiginosas,
Que se espraiam pelos rochedos,
Ele expõe seu poder
No reino das águas iradas.
Em louca fúria,
Como um leviatã endoidecido,
Ele invade a praia
E a engole totalmente...
Sua imponência é tamanha.
Quanta grandeza!
E o mar, sempre furioso,
A arrebentar-se nas pedras,
Deixa impresso na rocha
O atestado de sua força
Que jamais será refutada.
Miracatu, 1/6/1983
(Por Roberto Fortes).
NADA DE NOVO NO FRONT
Soldados - I Guerra Mundial.
Homens que lutam no front,
Em terras gélidas ou desérticas,
Em meio a um ambiente hostil,
Sem esperança de tornar ao lar.
Homens que se arriscam pela pátria,
Que empenham suas vidas com coragem
Para a defesa do seu torrão natal,
Sem temor, sem medo, sem covardia.
Pergunto: para quê?
Em terras gélidas ou desérticas,
Em meio a um ambiente hostil,
Sem esperança de tornar ao lar.
Homens que se arriscam pela pátria,
Que empenham suas vidas com coragem
Para a defesa do seu torrão natal,
Sem temor, sem medo, sem covardia.
Pergunto: para quê?
Iguape, 1982
(Por Roberto Fortes).
VOAR É PARA OS PÁSSAROS
O poeta, na relva, canta com os pássaros.
Olha o céu sereno e julga ser um deles.
Sua pretensão seria voar até o infinito
E, lá no alto, com fervor, orar a Deus.
Lastima não possuir penas em seu corpo,
Com as quais poderia voar até a imensidão.
Queria voar, ir para as alturas do universo
E mergulhar no azul celeste do firmamento.
Queria voar e isto desejava ardentemente,
Mas ele, pobre poeta, nada conseguia.
Os pássaros, ali ao seu lado, cantando,
Davam-lhe a impressão de estarem apoiando
Sua louca pretensão de voar.
Mas seu desejo não se realizava.
Talvez Deus, pensava, não desejasse isso,
Talvez desejasse e ele é que não conseguia.
Deus poderia ajudá-lo, pensava.
Porém, um pássaro, ali perto, fitando-o,
Disse-lhe, com ternura estampada aos olhos:
"Voar é para os pássaros, meu amigo!"
Olha o céu sereno e julga ser um deles.
Sua pretensão seria voar até o infinito
E, lá no alto, com fervor, orar a Deus.
Lastima não possuir penas em seu corpo,
Com as quais poderia voar até a imensidão.
Queria voar, ir para as alturas do universo
E mergulhar no azul celeste do firmamento.
Queria voar e isto desejava ardentemente,
Mas ele, pobre poeta, nada conseguia.
Os pássaros, ali ao seu lado, cantando,
Davam-lhe a impressão de estarem apoiando
Sua louca pretensão de voar.
Mas seu desejo não se realizava.
Talvez Deus, pensava, não desejasse isso,
Talvez desejasse e ele é que não conseguia.
Deus poderia ajudá-lo, pensava.
Porém, um pássaro, ali perto, fitando-o,
Disse-lhe, com ternura estampada aos olhos:
"Voar é para os pássaros, meu amigo!"
Iguape, 9/5/1982
(Por Roberto Fortes).
LER
Chuva, chuvinha, calor, janeiro, final de tarde
iiiiiii
iiiiiii chuuuuuva
chuvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaa
i
n
d
o caindo chuvinha é chuva sem corpo
sem peso
é o sopro ou alma dela
iiiiiii
iiiii ii iiiiiiiiiii
iiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiii
i
i
i
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiii i
i iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii i calor calor ñ tem refresco suor pingos suor e
chuva
i
i
iiiiiiiii janeiro é temperamental, varia, oscila
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii a tarde acabou
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Neste dia
As poesias morreram
Todas?
Quem me dera! Quem me dera!
No entanto
Os poetas renasceram
Todos?
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Nestor Rocha e Osvaldo Matsuda
iiiiiii chuuuuuva
chuvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaa
i
n
d
o caindo chuvinha é chuva sem corpo
sem peso
é o sopro ou alma dela
iiiiiii
iiiii ii iiiiiiiiiii
iiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiii
i
i
i
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiii i
i iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii i calor calor ñ tem refresco suor pingos suor e
chuva
i
i
iiiiiiiii janeiro é temperamental, varia, oscila
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii a tarde acabou
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Neste dia
As poesias morreram
Todas?
Quem me dera! Quem me dera!
No entanto
Os poetas renasceram
Todos?
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Nestor Rocha e Osvaldo Matsuda
Caminho para Iguape
Veia alva de eterno jorro
De onde vem o sangue
Vida da serra.
Imenso mar de montanhas
Que se abre lá embaixo
De silencioso azul
Verde mansidão
Sempre a nos prender os olhos.
E três chaminés gritam gêmeas, com suas línguas de fumaça:
Não devíamos estar aqui!
E já posso vê-la, tão longe ainda
A grande muralha chega
Estrada longa, estendida
Mais que estrada, caminho
Deitado entre pastos e casas
Entre vales e árvores
Estrada a nos levar
Caminho de se encontrar.
Uma ponte sem rio
Rio tão pequeno
Que desapareceu
Onde está o rio
Que tinha aqui?
Mas de repente
Ela surge
A muralha se levanta
Ao lado do rio irmão
O grande cavalo dorme
Perto do céu
A imensa e forte muralha
Protege a cidade
Estamos chegando em Iguape
E já não tenho medo da chuva
Aprendi a amar Iguape de qualquer jeito
O rio nos acompanha
E entre rio e muralha
Meu coração se lembra
O Cristo a espera
De quem a estrada trouxe,
De quem no caminho se encontrou.
Paloma dos Santos
Algum sábado de 2008
Veia alva de eterno jorro
De onde vem o sangue
Vida da serra.
Imenso mar de montanhas
Que se abre lá embaixo
De silencioso azul
Verde mansidão
Sempre a nos prender os olhos.
E três chaminés gritam gêmeas, com suas línguas de fumaça:
Não devíamos estar aqui!
E já posso vê-la, tão longe ainda
A grande muralha chega
Estrada longa, estendida
Mais que estrada, caminho
Deitado entre pastos e casas
Entre vales e árvores
Estrada a nos levar
Caminho de se encontrar.
Uma ponte sem rio
Rio tão pequeno
Que desapareceu
Onde está o rio
Que tinha aqui?
Mas de repente
Ela surge
A muralha se levanta
Ao lado do rio irmão
O grande cavalo dorme
Perto do céu
A imensa e forte muralha
Protege a cidade
Estamos chegando em Iguape
E já não tenho medo da chuva
Aprendi a amar Iguape de qualquer jeito
O rio nos acompanha
E entre rio e muralha
Meu coração se lembra
O Cristo a espera
De quem a estrada trouxe,
De quem no caminho se encontrou.
Paloma dos Santos
Algum sábado de 2008
DAS TERRAS DO VALE
LITERATOS DO VALE
LITERATOS DE VIDA
PRENÚNCIO DA ANUNCIAÇÃO
ANÚNCIO DE UMA CONSTRUÇÃO.
PALAVRAS ABSTRAÍDAS DAS TERRAS DO VALE.
RIBEIRA CANTA LETRAS COGNITIVAS.
SALOBRE É A INDIFERENÇA.
NEFASTA É A IGNORÂNCIA.
SAUDÁVEL É A COMUNHÃO
PARTILHADA NAS TERRAS DO VALE.
VALE DO RIBEIRA:
PRENÚNCIO DA VIDA
PRENÚNCIO DA ANUNCIAÇÃO.
NA PARTE: O TODO
NO TODO: O VALE.
NO VALE DO RIBEIRA:
LITERATOS DO VALE
LITERATOS DE VIDA.
LITERATOS DE VIDA
PRENÚNCIO DA ANUNCIAÇÃO
ANÚNCIO DE UMA CONSTRUÇÃO.
PALAVRAS ABSTRAÍDAS DAS TERRAS DO VALE.
RIBEIRA CANTA LETRAS COGNITIVAS.
SALOBRE É A INDIFERENÇA.
NEFASTA É A IGNORÂNCIA.
SAUDÁVEL É A COMUNHÃO
PARTILHADA NAS TERRAS DO VALE.
VALE DO RIBEIRA:
PRENÚNCIO DA VIDA
PRENÚNCIO DA ANUNCIAÇÃO.
NA PARTE: O TODO
NO TODO: O VALE.
NO VALE DO RIBEIRA:
LITERATOS DO VALE
LITERATOS DE VIDA.
DADOS BIOGRÁFICOS DE MARCELO PLÁCIDO
Natural de Sete Barras, SP, MARCELO PLÁCIDO, tem 24 anos, e é formado no curso de Licenciatura em Teatro/Arte-Educação, na Universiade de Sorocaba.
Artista da poesia contemporânea e perfomer, seus primeiros escritos iniciaram-se durante o curso de graduação, desde então, suas poesias já foram premiadas em vários em concursos nacionais.
Sendo poeta-recitador divulga seu trabalho pelos mais diversos lugares por onde passa.
Em breve será lançado seu primeiro livro, denominado ´"porém efervescente".
Prêmios literários:
1º Concurso Nacional de Poesia de Mogi das Cruzes/SP, em 2008.
8º Concurso de Poesia da Universidade Federal São João Del Rei / MG, em 2008.
8º Concurso de Poesias CNEC - Unidade de Capivari /SP- Categoria Adulto Amadeu Amaral, em 2008.
Concurso Letras no Brasil X, da Taba Cultural Editora / RJ, em 2008.
Prêmio literário Canteiros Cultural, da Canteiros Editora / RJ, em 2007.
CONHEÇA O BLOG DE MARCELO PLÁCIDO:
marceloplacido.blogspot.com
POESIA:
Pacificidade
A felicidade está desorientada
Naufragando num barco azul sem vela
Na zona sul do Oceano Pacífico
E eu estou dentro dele com minha mochila
Não tenho comigo nenhum amparo tecnológico
Um helicóptero passou nessa madrugada
Mas não havia pilhas para a lanterna
Um peixe pulou na minha barca
Mas não tenho como fritar
Estou cansado de estar aqui
Tenho saudades da agitação
Preciso sair desse lugar e correr
Tenho raiva dessa calmaria
Necessito rir de algo
Mas os peixes-palhaços devem estar de férias
Golfinhos, cadê vocês?
Por favor, me socorram
Esperança, pelo menos vós
Não me deixes sozinho
Pois até o sol já está indo embora
Fica sol, só mais um pouco
Poesia de Marcelo Plácido Oliveira Marques, inscrita e classificada para compor o livro "Poesias 2008" da Cnec - Capivari (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - Unidade Capivari/SP) no Concurso Nacional de Poesias realizada por esta instituição educacional.
VIDA PASSAGEIRA
(O Relógio de Dali).
O tic-tac do relógio me incomoda...
As horas se arrastam
E os ponteiros não querem andar.
Os segundos e os minutos
Ficam à espreita das horas.
O tempo não passa,
Apenas a vida passa.
A vida se consome
E esse relógio se consome.
Todos se consomem,
Tudo se consome.
Apenas existe uma vida.
Já os relógios... existem tantos!
Miracatu, 25/6/1985
(Por Roberto Fortes).
As horas se arrastam
E os ponteiros não querem andar.
Os segundos e os minutos
Ficam à espreita das horas.
O tempo não passa,
Apenas a vida passa.
A vida se consome
E esse relógio se consome.
Todos se consomem,
Tudo se consome.
Apenas existe uma vida.
Já os relógios... existem tantos!
Miracatu, 25/6/1985
(Por Roberto Fortes).
VINHO
Eu e o vinho,
o vinho e eu.
Eu tão sozinho,
sozinho, eu.
Embebedar-se
sozinho
Embriagar-se
de vinho.
Sorver o licor
da vida.
Chorar de amor
na partida.
Beber, num gole,
o soro.
Ah, coração mole,
o choro!
A mesa no canto,
vazia,
Molhada de pranto,
Maria.
O espírito descansado,
liberto,
O vinho aventurado,
descoberto.
Querer subir
ao céu
E, afinal, explodir,
ao léu.
Colocar na taça
a dose
E achar graça
da cirrose!
Iguape, 8/9/1985
(Por Roberto Fortes, poeta abstêmico).
LEMBRANÇAS ESQUECIDAS
Esse olhar que me persegue
É o mesmo olhar que me acalentava
Nas noites frias de inverno.
Esse beijo que me dá ânsias
É o mesmo beijo adocicado
De nossas noites acaloradas.
Esse corpo sedutor que me arrepia
É o mesmo corpo sedento de amor
Quando nos entregávamos aos jogos do prazer.
Essas mãos que me sobressaltam
São as mesmas mãos leves e sensuais
Que levaram meu corpo ao gozo derradeiro.
Esse ser que hoje vejo à minha frente
É o mesmo ser que durante tantos anos
Deu vida e luz ao meu ser.
E hoje o que restou entre nós,
Além dos olhares, dos beijos, dos corpos,
Das mãos esquecidas pelas lembranças?
Iguape, 12/1/2002
(Por Roberto Fortes, rabiscador de versos).
É o mesmo olhar que me acalentava
Nas noites frias de inverno.
Esse beijo que me dá ânsias
É o mesmo beijo adocicado
De nossas noites acaloradas.
Esse corpo sedutor que me arrepia
É o mesmo corpo sedento de amor
Quando nos entregávamos aos jogos do prazer.
Essas mãos que me sobressaltam
São as mesmas mãos leves e sensuais
Que levaram meu corpo ao gozo derradeiro.
Esse ser que hoje vejo à minha frente
É o mesmo ser que durante tantos anos
Deu vida e luz ao meu ser.
E hoje o que restou entre nós,
Além dos olhares, dos beijos, dos corpos,
Das mãos esquecidas pelas lembranças?
Iguape, 12/1/2002
(Por Roberto Fortes, rabiscador de versos).
ASTRÔNOMO DE MIM
Olho para dentro de mim
Como o astrônomo que volta
A luneta para o céu
Na busca de sua estrela-guia.
Sinto inveja do astrônomo
Pois sempre encontra
O astro que procura.
Quanto a mim
Não consigo encontrar
A minha estrela interior.
Por mais que procure
No céu de meu íntimo
Não encontro ao menos
Uma estrela-anã
Ou um grão infinitesimal
De poeira cósmica.
Meu universo interior
É como uma supernova,
Uma estrela que explodiu
E que, apesar de irradiar intensa luz,
Nada mais possui dentro de si.
Meu ser todo implodiu,
Tal como um buraco negro,
Que absorve toda a luz.
Da mesma forma
Absorvo a luz dos que passam por mim
E me escureço,
Nada irradio de volta,
Guardo o fulgor para mim
Na esperança de um dia conseguir iluminar
A Via Láctea de minha existência.
Miracatu, 18/3/1994
(Por Roberto Fortes, poeta sem estro, mas poeta).
Como o astrônomo que volta
A luneta para o céu
Na busca de sua estrela-guia.
Sinto inveja do astrônomo
Pois sempre encontra
O astro que procura.
Quanto a mim
Não consigo encontrar
A minha estrela interior.
Por mais que procure
No céu de meu íntimo
Não encontro ao menos
Uma estrela-anã
Ou um grão infinitesimal
De poeira cósmica.
Meu universo interior
É como uma supernova,
Uma estrela que explodiu
E que, apesar de irradiar intensa luz,
Nada mais possui dentro de si.
Meu ser todo implodiu,
Tal como um buraco negro,
Que absorve toda a luz.
Da mesma forma
Absorvo a luz dos que passam por mim
E me escureço,
Nada irradio de volta,
Guardo o fulgor para mim
Na esperança de um dia conseguir iluminar
A Via Láctea de minha existência.
Miracatu, 18/3/1994
(Por Roberto Fortes, poeta sem estro, mas poeta).
CONCURSOS LITERÁRIOS PARA 2009 - SEGUE ABAIXO OS CONCURSOS QUE AGITARÃO A LITERATURA NACIONAL.
CONFIRA POIS VOCÊ TAMBÉM PODE PARTICIPAR!!!
JANEIRO
Concurso Literário Histórias de Fé e Amor:
As inscrições estarão abertas até o dia 31 de janeiro de 2009 (vale como comprovante de envio o carimbo postal). Todos os participantes serão comunicados através de cartas até o dia 28 de fevereiro de 2009, acerca da classificação ou reprovação no concurso. Cada participante poderá concorrer com até 02 (dois) trabalhos em qualquer gênero literário para um máximo até 60 linhas cada um. As obras deverão ser enviadas digitadas em papel ofício em espaço 2, em laudas de 30 linhas. Mais informações.
Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães:
Instalado em 1988, o Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães chega a sua décima primeira edição em 2009. O concurso destina-se a contistas com obras publicadas ou não, que apresentem textos inéditos. As inscrições iniciam em 30 de janeiro de 2009, estendendo-se até 1º de junho, ocorrendo por meio da entrega dos contos originais no Campus I da Universidade de Passo Fundo (UPF) – Setor Jornada de Literatura, ou pelo correio. Cada participante deverá apresentar três contos em quatro vias. A premiação vai conceder R$ 5 mil e troféu Vasco Prado para o primeiro colocado e R$ 3 mil e troféu Vasco Prado para o segundo colocado. Alguns trabalhos poderão ser destacados com Menção Honrosa, a critério da Comissão Julgadora. Os contos premiados poderão ser editados em antologia organizada pelo Instituto Estadual do Livro, a ser publicada em co-edição com a Fundação Universidade de Passo Fundo e com a Prefeitura Municipal de Passo Fundo. Detalhes sobre o concurso podem ser obtidos no regulamento, pelo site www.upf.br, no menu Editais. Outras informações pelo telefone (54) 3316-8368 ou e-mail jornada@upf.br. Mais informações.
Internacional de poesia “Castello di Duino” 2009:
O concurso é reservado aos jovens de até 30 anos de idade. A participação é gratuita. Participa-se só com uma poesia inédita (máximo de 50 versos). O concurso é temático. O Tema Edição 2009 é: “Estradas”. As poesias podem ser enviadas na língua original dos concorrentes mas deverão ser acompanhadas por uma tradução em inglês e/ou italiano. Um júri internacional de poetas e críticos, especialista em muitas línguas, avaliará as poesias, se possível, em suas línguas de origem. As poesias têm que chegar antes do 9 de janeiro de 2009. Podem ser enviadas por e-mail ou correio normal. Mais informações.
e-mail:mailto:valeragruber@alice.it
e-mail:mailto:valeragruber@alice.it
Prêmios:
- Primeiro, segundo, e terceiro prémio de € 500 cada um (uma parte terá que ser devolvida para um fim humanitário à escolha do vencedor);
- Publicação gratuita em edição bilingüe (italiana e inglesa) com gravação em língua original em CD de todas as poesias recomendadas (editora Ibiskos de A. Risolo, patrocinador do Concurso). O lucro sobre as vendas do livro será devolvida à Fundaçao Luchetta-Ota-D’Angelo Hrovatin para as crianças vítimas da guerra http://www.fondazioneluchetta.org/
FEVEREIRO
5º Prêmio Barco a Vapor de literatura infantil e juvenil:
A participação estará aberta a todos os escritores com mais de 18 anos que apresentem originais dirigidos a leitores entre 6 e 13 anos. Poesia, coletânea de contos e teatro não serão aceitos. Os originais deverão ser inéditos e escritos em língua portuguesa. As inscrições se encerram em 28 de fevereiro. Será outorgado apenas um prêmio, que será a publicação do original na coleção Barco a Vapor, da Edições SM. O vencedor firmará um contrato de edição, em comum acordo com a Edições SM, assim que anunciado o resultado. Mais informações.
MARÇO
Concurso Literário Uma Viagem pra Pasárgada:
A sétima edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que vai acontecer em julho, irá homenagear um dos mais importantes nomes do Modernismo brasileiro, o escritor pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968). Juntando-se a esta merecida homenagem, a Litteris Editora está promovendo, com exclusividade, o concurso literário “Uma viagem pra Pasárgada”. Cada participante poderá concorrer com até 02 (dois) poemas, escritos em língua portuguesa, com um máximo até 45 linhas cada um. O poema obrigatoriamente deve responder a pergunta: “Se você fosse para Pasárgada, como seria a sua passagem por lá?” As obras deverão ser enviadas digitadas, até o dia 15 de março de 2009. Mais informações.
Prêmio Cruz e Souza:
O Prêmio Cruz e Sousa 2008-2009 destina-se a romances inéditos, escritos por brasileiros em língua portuguesa, residentes no País ou no Exterior, em duas categorias de premiação – Categoria Nacional e Categoria Catarinense. As inscrições se encerram no dia 05 de março. Mais informações.
Concurso Antologia de Poesias, Contos e Crônicas ENIGMAS DO AMOR:
Estão abertas as inscrições para a Antologia de Poesias, Contos e Crônicas ENIGMAS DO AMOR, especial para o dia dos Namorados: 12 de junho de 2009. Serão 50 vagas ou até 250 páginas ou data limite de 31 de março de 2009. A Scortecci já organizou mais de 60 antologias. Mais informações pelos telefones: (11) 3813-8987 ou (11) 3032-8848 com Noele Rossi. ou escreva para: antologia@scortecci.com.br. Mais informações.
Prêmio Cunhambebe de Literatura Estrangeira 2008:
Até o momento, não havia no Brasil nenhum prêmio que contemplasse os melhores livros estrangeiros. Eis um grande paradoxo no país da literatura “antropofágica”. Com efeito, da mesma forma que os índios canibais consideravam que devorar alguém – de preferência de outra tribo – lhes permitia incorporar suas qualidades, a cultura brasileira, na definição de Oswald de Andrade, se nutre das influências externas, apropriando-se de seus elementos essenciais. Por esse motivo, resolve-se homenagear Cunhambebe, o poderoso chefe tupinambá, considerado o maior canibal de que se tem notícia no Brasil. Mais informações. Ou escreva para: Stéphane Chao: curadoria@premiocunhambebe.org
I Concurso Literário Cidade Senhora dos Remédios 2009:
A cidade de Senhora dos Remédios (MG), localizada próximo ao Caminho Real, traz entre seus encantos uma hospitalidade impactante, a Pedra Menina, de onde se tem uma visão privilegiada da região. A CASA DE MIGUEL é uma organização sem fins lucrativos localizada na região de Palmital dos Carvalhos, que foi criada com o objetivo de difundir cultura e educação. Apresentamos o I Concurso Literário Cidade Senhora dos Remédios 2009, que tem como principal meta a descoberta de novos talentos literários, valorizando o remediense assim como todo cidadão brasileiro. Inscrições até 15 de março de 2009. Mais informações.
7º Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias / 2009:
Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove este concurso, composto por duas categorias distintas:
a) Contos; b) Poesias;
a) Contos; b) Poesias;
As inscrições se encerram no dia 09 de março de 2009.Podem ser realizadas por correio ou pela internet. Mais informações. (INCLUÍDO APÓS 10 DE JANEIRO DE 2009)
ABRIL
IV Prêmio Literário Cidade de Manaus:
As inscrições para a quarta versão dos Prêmios Literários Cidade de Manaus, já estão abertas desde o dia 03 de dezembro através de edital publicado no Diário Oficial do Município, com prazo se estendendo até o dia 30 de abril de 2009. As inscrições devem ser feitas no horário das 8 às 16:00 h, ou através dos Correios, seguindo o que está disposto no edital. E-mail: liviareginanegreiros@hotmail.com . Mais informações.
Secretaria Municipal de Cultura
Prêmios Literários Cidade de Manaus
Av. Sete de setembro, 384
69.005-140 MANAUS AM
Tel: (92) 3215-3458
Prêmio Alquimia das Letras:
A FOUNDATION com princípios de caráter cultural, promove com objetivo de criar e estender a parte literária de novos poetas brasileiros ou estrangeiros, convida você a participar deste grande evento. O concurso é aberto a todos independente de idades, credos, raça ou religião.Válido para qualquer país. Cada participante poderá apresentar 1 (uma) poesia inédita, na língua portuguesa, lembrando que esta comissão ao analisar as poesias e notar que a mesma já fez parte de outras obras, ou exposta em meios de canais eletrônicos, como Blog, Orkut ou sites próprios automaticamente será desclassificado o autor. O tema deve tratar do assunto sobre bruxas, alquimistas, feiticeiros, duendes, fadas e mágicos etc… Inscrições até 07 de abril de 2009. Mais informações.
MAIO
Prêmio Sagrada Esperança:
O Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD) convida todos os escritores angolanos, com obras inéditas, a participarem do Prêmio Literário Sagrada Esperança edição 2008/2009, entregando os seus trabalhos até ao dia 21 de Maio de 2009. Segundo uma nota do INALD, o concurso, que a partir deste ano passa a ser bienal, abrange diversas áreas da literatura como a prosa, poesia, romance, drama, novela, conto e crônica. O prêmio, no valor de 30 mil dólares, foi instituído em finais da década de 70, e visa homenagear o poeta e primeiro presidente do país, António Agostinho Neto, com o patrocínio do Banco Totta de Angola. O concurso visa também incentivar e promover os valores literários inerentes à produção e reprodução do imaginário artístico das comunidades socioculturais que constituem o povo angolano e a sua identidade cultural. Enquadrado nas festividades do Dia Mundial do Desenvolvimento Cultural, o concurso será realizado este ano sobre o lema “A cultura fortalece a nação: Mais cultura, mais Angola”. A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá a 17 de Setembro de 2009, dia do Herói Nacional. António Agostinho Neto nasceu em Icolo e Bengo, a 17 de Setembro de 1922 e faleceu na Ex- União Soviética a 10 de Setembro de 1979. Foi um médico angolano, formado na Universidade de Lisboa, que em 1975 se tornou o primeiro presidente de Angola até 1979. Mais informações.
JUNHO
VIII Prêmio Livraria Asabeça:
A Livraria e Loja Virtual Asabeça organiza anualmente o Prêmio Literário Livraria Asabeça, categorias Poesia, Contos/Crônicas e Infantil, com apoio da Scortecci Editora, para autores brasileiros, maiores de 16 anos, residentes ou não no Brasil. O tema é livre. O Prêmio tem por objetivo descobrir novos talentos e promover a literatura brasileira. Inscrições somente pela Internet. As inscrições se encerram no dia 30 de junho. Mais informações.
Concurso FC do B:
O propósito que norteia o Concurso Literário FC do B, é o de incentivar e revelar talentos literários, além de apresentar um panorama da Ficção Científica Brasileira atual. O Concurso Literário FC DO B é voltado exclusivamente para autores brasileiros, residentes ou não. O gênero a ser trabalhado deve ser Ficção Científica (FC) , sendo o tema livre, desde que se caracterize como tal. As inscrições se encerram no dia 30 de junho. Mais informações.
DEZEMBRO
V Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus - Poesia:
O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus visa estimular novas produções literárias na modalidade Poesia e é dirigido a candidatos de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil ou no exterior, desde que seus trabalhos sejam escritos em língua portuguesa.As inscrições estão abertas até 31 de dezembro de cada ano (acompanhada de CD ou disquete com o material inscrito), através dos correios, no seguinte endereço:
Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus
Rua Sargento Camargo, 95-A, São Caetano
CEP 40391-152 - Salvador/BA
Ou via e-mail para: valdeck@hotmail.com. Mais informações.
OUTRAS DIVULGAÇÕES DE CONCURSOS SERÃO PREVIAMENTE ANEXADAS NESTE BLOG!
PARTICIPE DOS CONCURSOS É O ÚNICO JEITO DE SEU MATERIAL SER CONHECIDO POR VÁRIAS PESSOAS E FICAR LIVRE DAS TRAÇAS.
jehoval junior
ESTAMOS NO ORKUT
VENHA SER NOSSO AMIGO NO ORKUT
COM CERTEZA VOCÊ SERÁ ADICIONADO E DESFRUTARÁ DE MUITAS NOVIDADES
CONSPIRAÇÃO DA NOITE
NO CARREGADO CÉU
UMA ESTRELA DESPONTOU
SUBTRAINDO A CALMA CANSADA
DA NOITE QUE NEM COMEÇOU.
A CONSPIRAÇÃO DA NOITE
INTERROMPE O VAZIO
EMPOEIRADO E LADEADO
DE TRAÇAS SAÍDAS
DO ARMÁRIO IMAGINATIVO
DE UMA MENTE DOENTE.
LEVITA ASSIM O PESO DA RESPONSABILIDADE.
CAINDO GOTAS FARTAS
FECHA-SE O HORIZONTE PRÓXIMO.
O CHEIRO DE MATA E TERRA MOLHADA
INVADEM AS NARINAS E REMETEM
AO QUE FOI OU AO QUE AINDA VIRÁ.
ÁRVORES BALANÇAM
E REVERENCIAM AS ESTRELAS
QUE UMA A UMA BROTAM
NO PRETUME DO CÉU
TRAZENDO A LUMINOSIDADE
FUGITIVA DE UMA ALMA CANSADA.
UMA ESTRELA DESPONTOU
SUBTRAINDO A CALMA CANSADA
DA NOITE QUE NEM COMEÇOU.
A CONSPIRAÇÃO DA NOITE
INTERROMPE O VAZIO
EMPOEIRADO E LADEADO
DE TRAÇAS SAÍDAS
DO ARMÁRIO IMAGINATIVO
DE UMA MENTE DOENTE.
LEVITA ASSIM O PESO DA RESPONSABILIDADE.
CAINDO GOTAS FARTAS
FECHA-SE O HORIZONTE PRÓXIMO.
O CHEIRO DE MATA E TERRA MOLHADA
INVADEM AS NARINAS E REMETEM
AO QUE FOI OU AO QUE AINDA VIRÁ.
ÁRVORES BALANÇAM
E REVERENCIAM AS ESTRELAS
QUE UMA A UMA BROTAM
NO PRETUME DO CÉU
TRAZENDO A LUMINOSIDADE
FUGITIVA DE UMA ALMA CANSADA.
JEHOVAL JUNIOR
MENTIRAS
QUANTAS "MENTIRAS"
SE PRECISA CONTAR
PARA SE TORNAR CONFIÁVEL.
"TECNO-REBELDES" ATACAM
OS "CENTROS-NERVOSOS",
DEPOIS PUXAM AS CORTINAS
TOMAM REMÉDIOS
E DORMEM PROTEGIDOS DO SOL
QUE CHAPAM TODOS OS ÂNGULOS DO DIA.
SE PRECISA CONTAR
PARA SE TORNAR CONFIÁVEL.
"TECNO-REBELDES" ATACAM
OS "CENTROS-NERVOSOS",
DEPOIS PUXAM AS CORTINAS
TOMAM REMÉDIOS
E DORMEM PROTEGIDOS DO SOL
QUE CHAPAM TODOS OS ÂNGULOS DO DIA.
MARTINS CASTRO - 1996
INSPIRAÇÃO II
UM COPO
NÃO CONSIGO PARAR DE ME ILUDIR
FORÇA DO ESPÍRITO,
ME DESFAÇO
GRITO EM VÃO
VOCÊ NÃO ME ESCUTA
SE SOUBÉSSEMOS DE NOSSA CAUSA FUTURA
SERÍAMOS MAIS CAUTELOSOS.
EM NADA SE ALTERA
NO RITMO
COMO O PULSAR DO CORAÇÃO.
ASTROMAR (MARTINS CASTRO, NESTOR ROCHA E DECO)
INSPIRAÇÃO I
ELA APARECE
COMO SE VIESSE DO NADA
ILUDI
NÃO SE DEFINE
BRILHO DA NATUREZA
PADEÇO
ELA TRANSPARECE ESTRANHESA
OS SEUS OLHOS BRILHAM,
ILUMINAM O QUE ESTÁ ESCURO,
CORAÇÃO VERMELHO
TALVEZ PELO SANGUE BOMBEADO
NAS VEIAS PULSANTES
TUDO QUE SINTO
EMOÇÕES QUE CRIO
MUSA IMAGINÁRIA.
COMO SE VIESSE DO NADA
ILUDI
NÃO SE DEFINE
BRILHO DA NATUREZA
PADEÇO
ELA TRANSPARECE ESTRANHESA
OS SEUS OLHOS BRILHAM,
ILUMINAM O QUE ESTÁ ESCURO,
CORAÇÃO VERMELHO
TALVEZ PELO SANGUE BOMBEADO
NAS VEIAS PULSANTES
TUDO QUE SINTO
EMOÇÕES QUE CRIO
MUSA IMAGINÁRIA.
ASTROMAR (MARTINS CASTRO, NESTOR ROCHA E DECO)
EVOLUÇÃO DE UMA VIDA
UMA FLOR INOCENTE
EM JARDIM DESCONHECIDO
E PÉS APRESSADOS EM BUSCA
DO QUE NÃO IMPORTA.
ACEITAÇÃO DO FEIO
DO LIXO MAL DISTRIBUÍDO
DA TELA BRANCA EMPOEIRADA
SUMINDO EM SUBJEÇÕES.
MORAL ETERNA
MÁQUINA-ROTINA
CONSTRUINDO UM EU GRAVE.
E, ENFIM, DESCOBRE-SE O CAMINHO.
EM JARDIM DESCONHECIDO
E PÉS APRESSADOS EM BUSCA
DO QUE NÃO IMPORTA.
ACEITAÇÃO DO FEIO
DO LIXO MAL DISTRIBUÍDO
DA TELA BRANCA EMPOEIRADA
SUMINDO EM SUBJEÇÕES.
MORAL ETERNA
MÁQUINA-ROTINA
CONSTRUINDO UM EU GRAVE.
E, ENFIM, DESCOBRE-SE O CAMINHO.
ASTROMAR (MARTINS CASTRO, NESTOR ROCHA E DECO)
ANTIQUÁRIO
DADO DA VOVÓ ROLOU DE TÉDIO
NÚMERO SEIS
EM ANOS, INFÂNCIA
IDADE DE VIVER
TEMPO ANTIGO
O TESTE DA SOMA, LEMBRANÇAS
RACIOCÍNIO
ANGÚSTIA QUE PERSISTE
TEMPO QUE SE ESVAI
ERA
SER QUE LUTA
QUADRO QUE FALA,
GRITA:
OBJETOS DESGASTADOS,
VIDAS DESGASTADAS,
ESCONDIDO NO PASSADO
ESPREITANDO OS ADVENTOS
DE ERAS AVANÇADAS
EMANCIPADAS NOS TEMPOS
PEDRAS NOS TRILHOS
CREPITANDO AO SOL.
ASTROMAR (MARTINS CASTRO, NESTOR ROCHA E DECO)
OBSRERVAÇÃO: AS COMPOSIÇÕES POÉTICAS CRIADAS PELOS TRÊS ESCRITORES RECEBEU O PSEUDÔNIMO DE ASTROMAR - ESCRITOS DE APROXIMADAMENTE 1994.
NÚMERO SEIS
EM ANOS, INFÂNCIA
IDADE DE VIVER
TEMPO ANTIGO
O TESTE DA SOMA, LEMBRANÇAS
RACIOCÍNIO
ANGÚSTIA QUE PERSISTE
TEMPO QUE SE ESVAI
ERA
SER QUE LUTA
QUADRO QUE FALA,
GRITA:
OBJETOS DESGASTADOS,
VIDAS DESGASTADAS,
ESCONDIDO NO PASSADO
ESPREITANDO OS ADVENTOS
DE ERAS AVANÇADAS
EMANCIPADAS NOS TEMPOS
PEDRAS NOS TRILHOS
CREPITANDO AO SOL.
ASTROMAR (MARTINS CASTRO, NESTOR ROCHA E DECO)
OBSRERVAÇÃO: AS COMPOSIÇÕES POÉTICAS CRIADAS PELOS TRÊS ESCRITORES RECEBEU O PSEUDÔNIMO DE ASTROMAR - ESCRITOS DE APROXIMADAMENTE 1994.
Arteador
O movimento do foicear
Tornou-se coreografia
Foiceando o vento
Trabalho interminável
Francisco vendo
Maravilhado
Acanhado
Alegremente ri
Percebe então que a todo tempo
Dançava sem ser visto
Tornou-se coreografia
Foiceando o vento
Trabalho interminável
Francisco vendo
Maravilhado
Acanhado
Alegremente ri
Percebe então que a todo tempo
Dançava sem ser visto
Marcelo Plácido
A nova estação
Hoje é um dia ideal para acordar cedo e apreciar a vida
Depois de tanto tempo meu casaco foi tirado do armário
Tirei também minhas luvas de lã da minha gaveta
Lá fora, o sol ri de forma cristalina
A névoa parece brigar com a luz da manhã
As árvores negras dão um brilho especial à paisagem serrada
As folhas das palmeiras balançam assopradas pela nova estação
Um novo aroma persegue quem caminha pela estreita estrada de folhas
Ouço a alegria cutucar meus ouvidos
Um cavalo pardo bebe água num manso lago
A parte alta da montanha tem ainda vergonha de aparecer
Bonito é ver o desabrochar das flores
Depois de tanto tempo meu casaco foi tirado do armário
Tirei também minhas luvas de lã da minha gaveta
Lá fora, o sol ri de forma cristalina
A névoa parece brigar com a luz da manhã
As árvores negras dão um brilho especial à paisagem serrada
As folhas das palmeiras balançam assopradas pela nova estação
Um novo aroma persegue quem caminha pela estreita estrada de folhas
Ouço a alegria cutucar meus ouvidos
Um cavalo pardo bebe água num manso lago
A parte alta da montanha tem ainda vergonha de aparecer
Bonito é ver o desabrochar das flores
Marcelo Plácido
Pretensões
Chuva salgada que adocica os lábios teus
Maça do rosto de origem castelhana
Olhos que olham como esmeraldas que brilham
Andar tão linda vestida de morangos meus
Amaria muito se pudesse sentir o batom que te acompanha
Deve ter um sabor único e inigualável
Perdoe-me as comparações que costumo fazer
Mas sua delicadeza compara-se a um frasco fino e delicado de perfume importado feminino
Minha senhorita que a tua graça ainda não sei
Faço-te uma pequena proposta:
Ofereço-me sem despesas levar suas sacolas de compras até a entrada da sua casa
Deve estar muito pesado, não?
Se não se importar, beijarei sua boca depois
Maça do rosto de origem castelhana
Olhos que olham como esmeraldas que brilham
Andar tão linda vestida de morangos meus
Amaria muito se pudesse sentir o batom que te acompanha
Deve ter um sabor único e inigualável
Perdoe-me as comparações que costumo fazer
Mas sua delicadeza compara-se a um frasco fino e delicado de perfume importado feminino
Minha senhorita que a tua graça ainda não sei
Faço-te uma pequena proposta:
Ofereço-me sem despesas levar suas sacolas de compras até a entrada da sua casa
Deve estar muito pesado, não?
Se não se importar, beijarei sua boca depois
Marcelo Plácido
Marcelo Plácido é poeta, escritor natural de Sete Barras/SP.
Arte ao extremo
Arte ao extremo
Como se as unhas de Fred Gruguer
Atravessasse a tela do cinema
Como se o som reverberasse
A ponto de estourar os vidros da janela
Como se Romeu de tanto amor
Quisesse fugir de cena querendo-a de verdade
Como se o dançarino falasse com o rosto
Toda a emoção que a alma quisesse
Como se no circo a platéia morresse
De tanta gargalhada do palhaço alegre
Como se a tela fosse pintada às escuras
Por um louco com os olhos vendados
Como se as palavras surgissem impensadas
Manipuladas por mãos descontroladas
Como se o saxifonista esquecesse todas as notas
E tocasse deitado achando não ser notado
Como se o maestro impulsionado por dentro
Movesse as mãos despreocupadas com o resultado
Como se os objetos empoeirados do museu
Saíssem correndo cansados de não ser mais usados
Como se o baile acontecesse na chuva
Ficando apenas casais apaixonados
Como se o poeta perdesse a noção do tempo
E per-des-se a no-ção da ri-ma
Porque extasiado
Pensamentos
não lhe saem
mais
da
cabeça
Arte ao extremo
Somente ao extremo
Como se as unhas de Fred Gruguer
Atravessasse a tela do cinema
Como se o som reverberasse
A ponto de estourar os vidros da janela
Como se Romeu de tanto amor
Quisesse fugir de cena querendo-a de verdade
Como se o dançarino falasse com o rosto
Toda a emoção que a alma quisesse
Como se no circo a platéia morresse
De tanta gargalhada do palhaço alegre
Como se a tela fosse pintada às escuras
Por um louco com os olhos vendados
Como se as palavras surgissem impensadas
Manipuladas por mãos descontroladas
Como se o saxifonista esquecesse todas as notas
E tocasse deitado achando não ser notado
Como se o maestro impulsionado por dentro
Movesse as mãos despreocupadas com o resultado
Como se os objetos empoeirados do museu
Saíssem correndo cansados de não ser mais usados
Como se o baile acontecesse na chuva
Ficando apenas casais apaixonados
Como se o poeta perdesse a noção do tempo
E per-des-se a no-ção da ri-ma
Porque extasiado
Pensamentos
não lhe saem
mais
da
cabeça
Arte ao extremo
Somente ao extremo
Marcelo Plácido
João Antonio da Silva
João Antonio da Silva
Que apesar de não ter chinelo
Mesmo assim andava descalço
Filosofava consigo mesmo
Porque só consigo vivia
Anotava no seu pensar
Com letra de mão maiúscula
Toda fração de visada
Que leve lhe machucava
Como do açoite se sai sangue
Do desprezo uma pedrada
Do primeiro não dói tanto
Como n’outro o magoava
Que apesar de não ter chinelo
Mesmo assim andava descalço
Filosofava consigo mesmo
Porque só consigo vivia
Anotava no seu pensar
Com letra de mão maiúscula
Toda fração de visada
Que leve lhe machucava
Como do açoite se sai sangue
Do desprezo uma pedrada
Do primeiro não dói tanto
Como n’outro o magoava
Marcelo Plácido
ILHA COMPRIDA
CONEXÃO VERDEMENTE ECOLÓGICA
REGADA DE PRAIAS, ASFALTO E CIVILIZAÇÃO.
RESIDO NO VERDE DAS ENTRANHAS AMBIENTAIS.
ME SATISFAÇO NA ARTE SAGAZ DO EQUILÍBRIO
DE NUÂNCIAS VALE-RIBEIRINHAS
EM MANGUEZAIS VIVOS.
O SOLÚVEL PETRIFICA-SE
NAS AREIAS DA ILHA COMPRIDA.
SEU COMPRIMENTO COMPRIME A VIDA.
SEU CUMPRIMENTO É PRESERVAÇÃO!
NA ILHA FANTÁSTICA DOS SONHOS
CULTURA É ARTE.
A ZERO GRAU DO ESPAÇO-PLANETA-TEMPO.
SEMPRE SEREI ECOLÓGICO.
ASSIM, SOU PARTE DA PRESERVAÇÃO.
jehoval junior
LANÇAMENTO DE LIVRO - divulgação
"Sortilégios e tesouros, Poemas, contos causos e lendas do Vale do Ribeira"
Do poeta Miracatuense Julio Costa.
O lançamento será no dia 7 de fevereiro ás 20:00 horas na Câmara Municipal de Miracatu, rua Emilio Martins Ribeiro nº160(anexo do Ginásio de Esportes)
ALÉM DE AUTOGRAFAR OS LIVROS O POETA ESTARÁ RECEBENDO VÁRIOS ARTISTAS QUE INTERPRETARÃO SUAS OBRAS :
* CARLOS MALUNGO (PARCEIRO DO POETA JULIO COSTA A 15 ANOS)
* ANTONIO LARA E TODO O GRUPO BATUCAJÉ
* OSVALDO MATSUDA
* DÉCO
* POETA NESTOR ROCHA
NÃO PRECISAMOS DAS SOBRAS DO MUNDO
O BINÓCULO DO MUNDO ESTÁ NA RAIZ.
A PLATAFORMA DA PREGUIÇA NÃO VÊ
O QUE O ÓBVIO JÁ MENCIONAVA:
AS TENDÊNCIAS OBSCURAS RONDAM
AS SOMBRAS DO VALE.
AS BARRAGENS ESTABELECEM A CONQUISTA
"A LUA NOVA É AQUI!"
CRAVAR A BANDEIRA MONETÁRIA
FAZ A CONQUISTA MAIS VÁLIDA.
"A SOMBRA NEGRA PAIRA NO VALE".
- BARRAGENS! BARRAGENS!
SUMAM DAQUI!
DEIXE MEU VALE VIVER.
DEIXE MEU CERTIFICADO DE HONRA
E DESAPAREÇA COM SUA FALSA FORTUNA.
RIQUEZA NÓS TEMOS DE SOBRA
NÃO PRECISAMOS DAS SOBRAS DO MUNDO.
O BINÓCULO ESTÁ NA MATRIZ
MAS OS NOSSOS OLHOS ESTÃO NA RAIZ.
A PLATAFORMA DA PREGUIÇA NÃO VÊ
O QUE O ÓBVIO JÁ MENCIONAVA:
AS TENDÊNCIAS OBSCURAS RONDAM
AS SOMBRAS DO VALE.
AS BARRAGENS ESTABELECEM A CONQUISTA
"A LUA NOVA É AQUI!"
CRAVAR A BANDEIRA MONETÁRIA
FAZ A CONQUISTA MAIS VÁLIDA.
"A SOMBRA NEGRA PAIRA NO VALE".
- BARRAGENS! BARRAGENS!
SUMAM DAQUI!
DEIXE MEU VALE VIVER.
DEIXE MEU CERTIFICADO DE HONRA
E DESAPAREÇA COM SUA FALSA FORTUNA.
RIQUEZA NÓS TEMOS DE SOBRA
NÃO PRECISAMOS DAS SOBRAS DO MUNDO.
O BINÓCULO ESTÁ NA MATRIZ
MAS OS NOSSOS OLHOS ESTÃO NA RAIZ.
JEHOVAL JUNIOR
LITERATOS E A ACADEMIA
Reunir todos os literatos do Vale do Ribeira será um grande desafio e uma imensa responsabilidade, sendo um passo importante e decisivo para a fundação da Academia Vale-Ribeirense de Letras.
Mas por que uma academia de letras, muitos devem pensar? Para que juntos, cooperativamente, possamos fazer com que as produções locais alcancem mercado fora das fronteiras do Vale ou, mesmo, possam ganhar espaço nas cidades do Vale do Ribeira. Criar um Museu de Imagem e Som Regional dentro da Academia para que possam ser materializados depoimentos e documentos relevantes para a preservação da história local. Além de muitas e outras funções como uma Biblioteca Regional Acadêmica que culminará com a criação da feira regional de livro dos escritores locais, recitais, publicações coletivas e individuais, concursos literários regionais de poesias, contos e microcontos além de ser uma fomentadora de cultura que abrirá os horizontes da população do Vale do Ribeira.
Despertar o gosto pela leitura e a valorização de nossa identidade são os príncipios norteadores deste projeto inovador.
Sozinhos somos fortes mas unidos seremos muito mais.
jehoval junior
No balanço do barco
QUE ONDA VIOLENTA
BALANÇA MEU SENTIMENTO.
ELA? LAMENTO, VINHO, CHORO
EM CORO.
LONGE DA MARGEM
VAI SE APAGANDO SUA IMAGEM
PRÓXIMO DO HORIZONTE
SORRI POR UM INSTANTE.
ADEUS BOÊMIA
SÓ O GATO SOLITÁRIO TE ESPIA.
Martins Castro - 1994
Literato do Vale
Proposta
Divulgar através de um Blog as produções literárias do Vale do Ribeira.
Através deste canal virtual será possível conhecer os diversos escritores bem como suas produções.
Nele estará contido material de cunho literário resgatando os escritores que já contribuíram com seus escritos bem como a nova vanguarda literária do Vale.
O Literato do Vale é a primeira grande ação que desencadeará na criação da ACADEMIA VALE-RIBEIRENSE DE LETRAS congregando e aproximando os escritores para um bem comum: A Literatura.
Regras básicas para utilização do Blog
@ O Blog Literato do Vale publicará através de postagem o conteúdo de escritores do Vale do Ribeira podendo ser:
conto, crônica, poesias, biografias, pesquisas acadêmicas e não acadêmicas, divulgação de escitores e seus respectivos livros e todo e qualquer material literário.
@ Os títulos e marcadores deverão ser preenchidos em todas as postagens.
@ O conteúdo postado é livre e de inteira responsabilidade de seus postadores que assinarão ao final de cada postagem o seu nome.
@ O Blog não poderá ser modificado sem consulta prévia que deverá ser comunicado a todos os literatos postadores.
@ As modificações ocorridas deverão ser divulgadas em uma postagem especificando o que mudou. Esta postagem ficará no marcador Z (GERAL).
@ O marcador Z (GERAL) será utilizado para publicação de assuntos gerais tais como: lançamentos, publicações gerais, avisos aos literatos, comunicados etc.
@ Qualquer pessoa poderá participar do blog enviando seu material para o Email: litertodovale@gmail.com identificando-se com: Nome, pseudônimo (se tiver), cidade, release (breve biografia) e foto.
Jehoval Junior
O poeta Nestor Rocha
Meu nome é Nestor Rocha, sou um poeta de Miracatu que iniciei meu trabalho nos anos 90,
período em que participei do movimento "dissipação visual" liderado e conceituado pelo artista plástico Osvaldo Matsuda e pelo poeta Julio César da Costa que foi o primeiro que aplicou esse conceito na poesia e deu direção aos outros poetas seguirem.
período em que participei do movimento "dissipação visual" liderado e conceituado pelo artista plástico Osvaldo Matsuda e pelo poeta Julio César da Costa que foi o primeiro que aplicou esse conceito na poesia e deu direção aos outros poetas seguirem.
Nós poetas seguimos Julio e Matsuda com o projeto de divulgar os poetas da cidade através do ressurgimento dos saraus de poesia que percorreram quase todo o Vale do Ribeira.
Não era um sarau convencional, a maneira de recitar inaugurada pelo poeta Julio César que misturava linguagem do teatro , quebra a forma tradicional de recitar poema, que foi assimilada pelo poeta Renato Cavalheiro e mais tarde por outros poetas em apresentações.
Com o fim do movimento fui desenvolvendo um trabalho que era influenciado pela poesia de vanguarda, iniciada pelos Concretistas, que utiliza linguagens das artes gráficas, como a pintura, desenho, grafismos, fotografia etc.
Esse trabalho tem uma relação estreita com o Vale do Ribeira, principalmente com a minha cidade, mantendo a linguagem das artes gráficas sem perder o lirismo, que é a grande característica do Vale, que as vezes nos faz brotar um sentimento de voltar ao natural.
Meu poema visual não é um poema concreto , ele não tem a concretude de um projeto de urbanização e arquitetura,mas ele tem a concretude ou a brutalidade dos espaços ecológicos
que não sofreram influência do homem ou que é interagido por ele mas que mantém parcialmente seu formato.
Meu poema visual não é um poema concreto , ele não tem a concretude de um projeto de urbanização e arquitetura,mas ele tem a concretude ou a brutalidade dos espaços ecológicos
que não sofreram influência do homem ou que é interagido por ele mas que mantém parcialmente seu formato.
nestor rocha
ENCANTO
Uma menina de olhos azuis,
verdes, lilás, não sei!
me sorriu,
tolo eu
mal sabia que aceitava ali o encanto
ela cheirava à flor do campo,
e o teu sorriso era um hipnose sem precedentes,
Uma alegria contagiou-me
como um sangue em veia
transfigurada em gente
mostrou-se uma sereia
e revelou seu canto veemente,
Meus braços brotaram em galhos de araribá
por ela eu podia uma estrela apanhar
mas na sombra
essa menina
cantava canções de embalar
suas vestes sorviam as cores dos pássaros
que assim sob impacto mal podiam cantar
Voltei ao caminho com a despertar
e ela lançou-me um beijo
de puro desejo
jogado com as mãos
me paralisando os sentidos
com perfumes de murta
e sabores de fruta
de qualquer temporão.
Só guardei dela com ternura
o contorno do receio
mesmo com receio
preso em minha mão.
JULIO CESAR DA COSTA
verdes, lilás, não sei!
me sorriu,
tolo eu
mal sabia que aceitava ali o encanto
ela cheirava à flor do campo,
e o teu sorriso era um hipnose sem precedentes,
Uma alegria contagiou-me
como um sangue em veia
transfigurada em gente
mostrou-se uma sereia
e revelou seu canto veemente,
Meus braços brotaram em galhos de araribá
por ela eu podia uma estrela apanhar
mas na sombra
essa menina
cantava canções de embalar
suas vestes sorviam as cores dos pássaros
que assim sob impacto mal podiam cantar
Voltei ao caminho com a despertar
e ela lançou-me um beijo
de puro desejo
jogado com as mãos
me paralisando os sentidos
com perfumes de murta
e sabores de fruta
de qualquer temporão.
Só guardei dela com ternura
o contorno do receio
mesmo com receio
preso em minha mão.
JULIO CESAR DA COSTA
BEIJO
"Receba eu um ósculo da sua boca
porque os teus amores são melhores que o vinho"
e a quietudo dos teus lábios
é a castidade das pedras.
Recaba eu o conforto do teu colo
porque os teus carinhos são melhores que o mel
e a sutileza e frescor das suas fragrâncias
são a própria embriaguez.
Receba eu um afago dos teus dedos
porque os teus gestos são sublimes
quanto a brisa,
e a melodia que ressoa de tua dança
é a própria poesia!
JULIO CESAR DA COSTA
Observação- (") trecho incial do Cânticos dos cânticos)Diálogo das esposa dos filhos de Jerusalem
porque os teus amores são melhores que o vinho"
e a quietudo dos teus lábios
é a castidade das pedras.
Recaba eu o conforto do teu colo
porque os teus carinhos são melhores que o mel
e a sutileza e frescor das suas fragrâncias
são a própria embriaguez.
Receba eu um afago dos teus dedos
porque os teus gestos são sublimes
quanto a brisa,
e a melodia que ressoa de tua dança
é a própria poesia!
JULIO CESAR DA COSTA
Observação- (") trecho incial do Cânticos dos cânticos)Diálogo das esposa dos filhos de Jerusalem
J. MENDES, UM POETA
J. Mendes.
João Albano Mendes da Silva, apesar de viver quase toda a vida em Eldorado, nasceu em Sete Barras no dia 26 de setembro de 1918, filho do casal Tibúrcio S. da Silva e Maria Eugênia de França.
Cedo transferiu-se para Eldorado, onde durante muitos anos exerceu o cargo de cartorário no Fórum local, profissão na qual se aposentou.
Foi casado com Maria Helga Ferreira Mendes (a D. Nenê) e teve uma única filha, Maria Dulce, tendo adotado outros dois: Roberto (também poeta) e Débora.
Fundou a Casa do Poeta Francisca Júlia e a Academia Eldoradense de Letras em 3 de novembro de 1979. Por essa iniciativa pioneira, aliada a um intenso trabalho cultural ao longo de toda a vida, recebeu o título de Cidadão Eldoradense, através do Decreto nº 2, de 29 de agosto de 1985, de autoria do vereador Rubens Mariano.
Em sua longa vida de literato e jornalista, recebeu inúmeros prêmios, diplomas e honrarias, entre os quais:
- Sócio Honorário da Academia Internacional de Letras e Artes do Círculo do Amor à Vida (1981).
- Menção Honrosa da Ordem do Campeador (1984).
- Sócio Benemérito da The International Academy of Lethers of England (1985).
- Honra ao Mérito do Clube dos Escritores, Trovadores e Poetas de Conceição da Barra, CETPCB (1985).
- Honra ao Mérito, pela Academia de Letras Municipais do Brasil (1986).
- Menção Honrosa da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni (1986).
- Magnífico Trovador, pela Ordem Brasileira dos Poetas e Literatura de Cordel, de Salvador, Bahia (1986).
Em sua vida pública, exerceu a vereança em duas legislaturas: 1948 a 1951 e 1952 a 1955, pelo antigo Partido Democrático Social (PDS).
Faleceu aos 79 anos no dia 25 de maio de 1997, quando já era uma lenda viva no cenário literário e intelectual do Vale do Ribeira.
Deixou mais de três mil poesias.
POESIAS DE J. MENDES
LONGE
Às vezes fico espantado:
É que procurando-me,
Buscando-me
Não me entendo em mim!
Onde estarei?
Para onde fui?
Onde andarei?
– Pergunto, aflito,
Procurando-me em vão,
Em vão me agito,
Cansado, desolado,
Preocupado,
Sem no entanto
Encontrar-me
Nem dentro de mim mesmo,
Em nenhum recanto do meu ser.
É que parti!
Estou longe, na distância,
Longe, bem longe mesmo,
Viajando nas asas da saudade,
Percorrendo a distante aldeia da infância,
Procurando a felicidade que perdi.
(Jornal Na Hora, nº 387, de 3l/5/1997)
-o0o-
REENCONTRO
Há na vida um momento misterioso,
Uma fração de tempo, no infinito
Em que nos encontramos conosco mesmo
E descobrimos a alma procurada,
Que, como a nossa, vagava a esmo,
Sem teto, sem pão, sem ter moradia.
E no encontro das almas – que apoteose!
Uma para a outra além criada,
Distante uma da outra vivia em vão;
Mas reencontradas, êi-las que seguem
O caminho sideral e sem limites
Dos que são livres e felizes são.
(Jornal Na Hora, nº 387, de 3l/5/1997)
-o0o-
MEUS MUNDOS
Em pensamento criei mundos,
Acendi astros
Na cúpula dos céus...
Plantei florestas,
Criei rios,
Em cada galho deixei um pássaro a cantar
Imaginei dias bonitos
E noites calmas, de luar...
Uma esperança fixei em cada arrebol!
Plantei flores em todos os caminhos
Só flores – não semeei espinhos,
E pelas estradas só havia sol!
Eliminei dos mares os escolhos
E nas encostas não coloquei abrolhos
Nunca inventei e nem pensei em tempestades;
Mas foi justamente aí que errei:
Vieram os ventos, vieram as águas,
E me afoguei num turbilhão de mágoas,
Dentro dos próprios mundos que criei...
(Jornal Na Hora, nº 387, de 3l/5/1997)
-o0o-
SANTUÁRIO DO BOM JESUS
Santuário do Bom Jesus, feito sobre areia,
Edifício majestoso de fé e de beleza,
Coluna da verdade de onde a oração se alteia
Na expressão melhor de sua firmeza.
Ao ver-te de longe minha alma se enleia,
E o pensamento elevo, na certeza
De que existe um Deus que a fé incendeia
No coração do povo, em toda profundeza.
Santuário do Bom Jesus! Ó palácio austero
Que desafia o tempo e o mundo fero,
Por sobre a areia edificado, embora.
E a procissão infinda de romeiros
Que vem a ti desde os primeiros,
Continuará pelos séculos afora.
Eldorado, 1951
(Jornal de Iguape, nº 7, de 7/4/1951)
-o0o-
MINHA OFERTA
Senhor!
Nesta Quaresma,
Neste tempo de penitência,
Não tenho, como Madalena,
Perfumes, para ungirTeus pés...
Quisera ungi-los com amor,
Perfumá-los com ardor,
E não podendo assim fazer,
Compunge-me a alma tamanha pena.
Senhor!
Venho trazer-Te tudo que possuo,
Aos Teus pés na cruz pregados,
E de tudo eis a doação:
Trago-me inteiro, que sou todo pecados
Mas também o desejo imenso de ser bom.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 39, de 8/3/1955)
-o0o-
FLAGELAÇÃO
Ataram Jesus à coluna
E flagelaram-no impiedosamente.
– Grande culpado era!
Foram meus pecados, ó Senhor,
Que repetidamente
Vos fizeram sofrer assim.
Mas, ó meu grande amigo e bom Jesus,
Si vos abandonei naquele transe amargo
Deixando-vos só em meio a ignomia,
Não me deixes a sós,
Si o mundo mau me flagelar, um dia...
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 40, de 15/3/1955)
-o0o-
QUANDO ELAS PASSAM
As saudades passam, em bando,
Na tarde azul!
Revoam, calmas, silenciosas,
Ao bater do velho sino,
A bater, a gemer,
Na Ave Maria!...
Há misticismo no ar,
Há bater de corações
Dentro dos peitos, a arfar;
Há pensamentos ao longe,
Na tarde azul,
Quando as saudades passam, em bando...
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 41, de 23/3/1955)
-o0o-
MULTIPLICAÇÃO
Com aqueles pães,
E aqueles peixes,
Pouquíssimos que eram,
Jesus operou a multiplicação
E saciou a multidão.
Milagre divinal,
Sem dúvida!
Mas, milagre maior,
Incomensurável,
Quasi incompreensível
De amor e caridade,
Ah! dos puros, – a sacrossanta via
Para o céu, –
É a multiplicação mesma de Jesus
Na Sagrada Eucaristia.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 43, de 10/4/1955)
-o0o-
VOAR
Não importa que os pés
Estejam presos à terra
E nem importa que o corpo
Sofra, como tem de sofrer
As conseqüências da luta...
O que importa é que o pensamento
Voe alto, muito alto,
Sobrepaire à uma contingência,
E busque, lá no alto, muito alto,
Toda a beleza de que a alma necessita
Para compreender e amor ao Criador.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 45 de 30/4/1955)
-o0o-
PRECE MATINAL
A madrugada alfaiou o cabeço das serras
De orvalho cintilante,
Formando candelabros
Nos galhos das árvores...
E o incenso da neblina
Foi aos vales
Para incensar o céu...
O coro orquestral das aves puras
Acordou a mata.
O sol veio vindo, cauteloso:
-- Era manhã!
O Ribeira passou, então,
Recitando a prece matinal.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 49, de 9/6/1955)
-o0o-
CIDADE VELHA
Minha cidade vai ficando velha!
As ruas, vão, cada vez mais,
Mais minguadas de casas vão ficando.
E as casas, esparsas, tão distantes,
Sentem saudades das outras que existiram...
As casas são como a gente:
Sentem saudades das irmãs
Que os homens inconscientes demoliram...
(Jornal de Iguape, nº 63, de 2/10/1955)
-o0o-
ELA ESPEROU...
Ainda era bem manhã, quando
Ela sentou-se à beira do caminho,
E, sozinha, ficou esperando, esperando
O esperado alguém que nunca veio...
Levas de sonhos por ali passaram
E a viram olhando, sempre olhando,
O caminhante que nunca apareceu.
Esperanças passaram por ali, também,
Noites e dias, intérminos, seguidos,
Ela ficou ali...
E hoje, quem por ali passar
Verá à beira do caminho,
Não uma mulher esperando alguém,
Mas uma estátua apenas, desenhada em prantos,
Imagem somente do que foi,
Coroada, agora, de cabelos brancos.
Eldorado, 1954
(Suplemento Literário do Jornal de Iguape, 1955)
Na Sagrada Eucaristia.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 43, de 10/4/1955)
-o0o-
VOAR
Não importa que os pés
Estejam presos à terra
E nem importa que o corpo
Sofra, como tem de sofrer
As conseqüências da luta...
O que importa é que o pensamento
Voe alto, muito alto,
Sobrepaire à uma contingência,
E busque, lá no alto, muito alto,
Toda a beleza de que a alma necessita
Para compreender e amor ao Criador.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 45 de 30/4/1955)
-o0o-
PRECE MATINAL
A madrugada alfaiou o cabeço das serras
De orvalho cintilante,
Formando candelabros
Nos galhos das árvores...
E o incenso da neblina
Foi aos vales
Para incensar o céu...
O coro orquestral das aves puras
Acordou a mata.
O sol veio vindo, cauteloso:
-- Era manhã!
O Ribeira passou, então,
Recitando a prece matinal.
Eldorado, 1954
(Jornal de Iguape, nº 49, de 9/6/1955)
-o0o-
CIDADE VELHA
Minha cidade vai ficando velha!
As ruas, vão, cada vez mais,
Mais minguadas de casas vão ficando.
E as casas, esparsas, tão distantes,
Sentem saudades das outras que existiram...
As casas são como a gente:
Sentem saudades das irmãs
Que os homens inconscientes demoliram...
(Jornal de Iguape, nº 63, de 2/10/1955)
-o0o-
ELA ESPEROU...
Ainda era bem manhã, quando
Ela sentou-se à beira do caminho,
E, sozinha, ficou esperando, esperando
O esperado alguém que nunca veio...
Levas de sonhos por ali passaram
E a viram olhando, sempre olhando,
O caminhante que nunca apareceu.
Esperanças passaram por ali, também,
Noites e dias, intérminos, seguidos,
Ela ficou ali...
E hoje, quem por ali passar
Verá à beira do caminho,
Não uma mulher esperando alguém,
Mas uma estátua apenas, desenhada em prantos,
Imagem somente do que foi,
Coroada, agora, de cabelos brancos.
Eldorado, 1954
(Suplemento Literário do Jornal de Iguape, 1955)
MEU CANTO
Eu falo das terras de cá
como quem reconhece aruanda
Eu lembro Ivaporunduva
como um dia eu vi Palmares
Eu falo em Biguazinho
e danço em Morro Seco
como um dia eu dancei em Niger.
Eu choro em Nhunguara
como chorei no tombadilho
a música triste dos ventos nas velas
Meu tambor não fala e nem lamenta
mas cê sabe que nóis nunca deixô de ser preto
nem memo tocando viola
nem memo a rezá ladainha
nem memo a pagá romaria pra São gonçalo,
Os preto daqui é gente deferente
gente antiga, sem picuinha
nois nunca mais vorto pra lá
é por isso que eu alembro
e recordo das terras de lá
como Sapatu
como Abrobrá
e com uma réstia de luz
com sor de vaga-lume
eu canto os Cangume
e vejo no céu de Maria Rosa
Maria cráudia
Bombas,
pra quem se alembrá,
Agora ja vou me indo
canoa partindo
a juizo da água
do tempo que gira e gira e gira
vou lá pro Mandira
atrás de Inhá Arzira
uma nega de flô.
Assim eu canto Mandira
e canto Palmares
como o véio ganga cantô.
JULIO CESAR DA COSTA
como quem reconhece aruanda
Eu lembro Ivaporunduva
como um dia eu vi Palmares
Eu falo em Biguazinho
e danço em Morro Seco
como um dia eu dancei em Niger.
Eu choro em Nhunguara
como chorei no tombadilho
a música triste dos ventos nas velas
Meu tambor não fala e nem lamenta
mas cê sabe que nóis nunca deixô de ser preto
nem memo tocando viola
nem memo a rezá ladainha
nem memo a pagá romaria pra São gonçalo,
Os preto daqui é gente deferente
gente antiga, sem picuinha
nois nunca mais vorto pra lá
é por isso que eu alembro
e recordo das terras de lá
como Sapatu
como Abrobrá
e com uma réstia de luz
com sor de vaga-lume
eu canto os Cangume
e vejo no céu de Maria Rosa
Maria cráudia
Bombas,
pra quem se alembrá,
Agora ja vou me indo
canoa partindo
a juizo da água
do tempo que gira e gira e gira
vou lá pro Mandira
atrás de Inhá Arzira
uma nega de flô.
Assim eu canto Mandira
e canto Palmares
como o véio ganga cantô.
JULIO CESAR DA COSTA
CIDADE MINHA
Rua pálida
Públeo Ribeiro.
Picada antiga,
caminho ligeiro.
Rua comércio,
rua dinheiro.
Rua dos sonhos,
do amor passageiro.
Rua picada,
caminho destino.
Miracatu,
terra boa,
do Vale-Menino.
Serras, cascatas,
banana de corte.
Poesia de bar
e Prainha no esporte.
Vila sussego.
Vila progresso.
Terra que surge
do vulcão
pro sucesso.
Templo divino
te peçoe te rezo.
Protegei as águas
e as matas que prezo
Miracatu, terra viva!
Escreve as cantigas
nos lábios do amor.
Concebe as poesias
brotadas da flor.
Terra querida!
O sol despontou.
Sobre as montanhas.
Foi Deus quem mandou.
Ruas, picadas,
o ipê já floriu.
Cidade de braços:
Abraça o Brasil
JEHOVAL JUNIOR
MÚLTIPLICIDADE ÚNICA
O VALE É UMA SENHORA
QUE NÃO ENVELHECEU.
EXTRAVASA NATUREZA
QUE RESIDE NO INTERNO DE SEU POVO.
O VALE NÃO CONHECE O CANSAÇO.
REPARTE-SE EM MULTIPLICIDADES ÚNICAS
DE RESSUREIÇÃO INTENSA.
DESLIZA PELA HISTÓRIA
MESMO COM O BAFO
DAS DRAGAS NOCIVAS
QUE TEIMAM EM DRAGAR SEUS RIOS.
O VALE É UMA SENHORA CAIÇARA
É O ESTRADEIRO VALENTE
O DESBRAVADOR CONSCIENTE
QUE LUTA EM SE PRESERVAR.
O EU EM CADA PAISAGEM
O EU EM CADA PASSAGEM
O EU EM CADA PARAGEM
O EU EM CADA UM DE VÓS.
O VALE É UMA SENHORA
QUE NÃO ENVELHECEU.
E QUE NUNCA ENVELHECERÁ.
RESSURGE EM VALENTIA
E SEMPRE RESSURGIRÁ.
JEHOVAL JUNIOR
QUE NÃO ENVELHECEU.
EXTRAVASA NATUREZA
QUE RESIDE NO INTERNO DE SEU POVO.
O VALE NÃO CONHECE O CANSAÇO.
REPARTE-SE EM MULTIPLICIDADES ÚNICAS
DE RESSUREIÇÃO INTENSA.
DESLIZA PELA HISTÓRIA
MESMO COM O BAFO
DAS DRAGAS NOCIVAS
QUE TEIMAM EM DRAGAR SEUS RIOS.
O VALE É UMA SENHORA CAIÇARA
É O ESTRADEIRO VALENTE
O DESBRAVADOR CONSCIENTE
QUE LUTA EM SE PRESERVAR.
O EU EM CADA PAISAGEM
O EU EM CADA PASSAGEM
O EU EM CADA PARAGEM
O EU EM CADA UM DE VÓS.
O VALE É UMA SENHORA
QUE NÃO ENVELHECEU.
E QUE NUNCA ENVELHECERÁ.
RESSURGE EM VALENTIA
E SEMPRE RESSURGIRÁ.
JEHOVAL JUNIOR
JÚLIO CÉSAR DA SILVA, UM POETA ESQUECIDO
Júlio César da Silva.
O Brasil é um país sem memória. Essa frase já se tornou um jargão conhecido. Razoes existem de sobra para justificá-la. Pouca importância se dá aos fatos e aos vultos do passado. Muitas pessoas de valor, que brilharam em seu tempo, hoje são completamente esquecidas. A indiferença e o descaso as relegaram ao mais mesquinho esquecimento. Coisas de um país subdesenvolvido, que não dá a mínima a si próprio.
O leitor decerto jamais ouvir falar em Júlio César da Silva. A sua ignorância não merece reprovação, pois, como se disse, o brasileiro não possui o habito de dar atenção à sua terra, valorizando apenas o que vem de fora. Sempre foi assim, e tão cedo esse quadro não sofrerá mudança.
Mas não é esse o objetivo deste texto. Não tenho pretensões de despertar no brasileiro o sentimento de amor ao País. Deixarei essa incumbência à futura geração, que talvez seja dotada de maior sensibilidade do que a nossa. Sendo assim, permita-me apresentar um grande poeta.
Júlio César da Silva nasceu em Eldorado – a velha Xiririca dos faiscadores de ouro –, no dia 23 de dezembro de 1872. Irmão da consagrada poetisa parnasiana Francisca Júlia da Silva (Eldorado-SP, 31-8-1871 – São Paulo-SP, 1-11-1920), foram seus pais o advogado provisionado Miguel Luso da Silva e a professora Cecília Isabel da Silva.
Dedicou-se durante mais de trinta anos à imprensa periódica de São Paulo, sendo um escritor muito respeitado em seu tempo. Escreveu para importantes jornais e revistas do País. Além de poeta e escritor, também foi teatrólogo.
Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de versos, “Stalactites” (1892), editado por Hennies & Veniger, de São Paulo.
Três anos depois, aparecia “Sarcasmos” (1895), novamente editado por Hennies & Veniger.
Em 1899, prefaciou o “Livro da Infância”, de sua irmã Francisca Júlia, que foi usado nas escolas estaduais.
Em 1912, em colaboração com a irmã, escreveu “Alma Infantil”, “versos para uso das escolas”, publicado pela Livraria Magalhães. Essa obra foi aprovada pela Diretoria de Instrução Pública de São Paulo e pela Diretoria de Instrução do Distrito Federal. Foi largamente usada nas escolas públicas de São Paulo.
Em 1915, publica “Morte de Pierrot”, comédia em versos, numa edição da revista “A Vida Moderna”. Essa peça foi representada pela primeira vez no Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro, no dia 14 de junho de 1917, sendo interpretada pelos artistas Tina Vale e Alves da Cunha.
Sua obra-prima, “Arte de Amar”, viria em 1921, escrita em apenas 28 dias, de março a abril desse ano, publicada por Monteiro Lobato & Cia. Nesse período, Júlio César achava-se em convalescença devido a uma enfermidade, que o afastou durante um mês das lides jornalísticas, fato que nunca ocorrera nos seus trinta anos de imprensa.
Esse livro mereceu elogiosos aplausos dos principais escritores e críticos da época. Teve três outras edições, em 1924 e 1928 pela mesma editora de Monteiro Lobato, e em 1961, pela Companhia Editora Nacional.
Martins Fontes, renomado poeta santista, expressou-se com as seguintes palavras quando do lançamento da “Arte de Amar”: “O sábio sutil da ´Arte de Amar´ é um grande poeta, um artista maravilhoso.”
João Ribeiro, o mesmo que prefaciara o livro de estréia de Francisca Júlia, “Mármores”, em 1895, considerado um dos principais críticos de seu tempo, não tem dúvidas ao exaltar as qualidades poéticas de Júlio César: “São numerosas as belezas deste livro. Não faltam a cada passo versos impecáveis e pensamentos bem expressos.”
O poeta Brenno Ferras, por sua vez, fez rasgados elogios: “Um grande livro, de um grande poeta. Raras vezes no Brasil se tem publicado livro de igual valor. ´Arte de Amar´ é um extraordinário poema de lágrimas, de pensamento e de amor. Em espírito nunca se viu livro igual.”
A obra poética de Júlio César da Silva, apesar de rica, foi eclipsada pela sombra de sua irmã Francisca Júlia, que mereceu maior atenção dos críticos da época. No entanto, mesmo esquecida, a obra de Júlio César possui qualidade suficiente para inscrevê-lo entre os principais poetas brasileiros.
O crítico Péricles Eugenio da Silva Ramos considera a obra de Júlio César da Silva “bastante arrojada para a época”. Em sua poesia, aparecem freqüentes alusões à obra de Goethe, do qual traduziu vários poemas e no qual se inspirou para algumas paráfrases, como o conhecido “A Taça do Rei de Tule”, uma recriação do poema “O Rei de Thule”, do poeta alemão.
Júlio César da Silva faleceu em São Paulo (SP) em 1936, aos 63 anos.
(“Jornal Regional”, nº 433, de 9-11-2001).
O Brasil é um país sem memória. Essa frase já se tornou um jargão conhecido. Razoes existem de sobra para justificá-la. Pouca importância se dá aos fatos e aos vultos do passado. Muitas pessoas de valor, que brilharam em seu tempo, hoje são completamente esquecidas. A indiferença e o descaso as relegaram ao mais mesquinho esquecimento. Coisas de um país subdesenvolvido, que não dá a mínima a si próprio.
O leitor decerto jamais ouvir falar em Júlio César da Silva. A sua ignorância não merece reprovação, pois, como se disse, o brasileiro não possui o habito de dar atenção à sua terra, valorizando apenas o que vem de fora. Sempre foi assim, e tão cedo esse quadro não sofrerá mudança.
Mas não é esse o objetivo deste texto. Não tenho pretensões de despertar no brasileiro o sentimento de amor ao País. Deixarei essa incumbência à futura geração, que talvez seja dotada de maior sensibilidade do que a nossa. Sendo assim, permita-me apresentar um grande poeta.
Júlio César da Silva nasceu em Eldorado – a velha Xiririca dos faiscadores de ouro –, no dia 23 de dezembro de 1872. Irmão da consagrada poetisa parnasiana Francisca Júlia da Silva (Eldorado-SP, 31-8-1871 – São Paulo-SP, 1-11-1920), foram seus pais o advogado provisionado Miguel Luso da Silva e a professora Cecília Isabel da Silva.
Dedicou-se durante mais de trinta anos à imprensa periódica de São Paulo, sendo um escritor muito respeitado em seu tempo. Escreveu para importantes jornais e revistas do País. Além de poeta e escritor, também foi teatrólogo.
Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de versos, “Stalactites” (1892), editado por Hennies & Veniger, de São Paulo.
Três anos depois, aparecia “Sarcasmos” (1895), novamente editado por Hennies & Veniger.
Em 1899, prefaciou o “Livro da Infância”, de sua irmã Francisca Júlia, que foi usado nas escolas estaduais.
Em 1912, em colaboração com a irmã, escreveu “Alma Infantil”, “versos para uso das escolas”, publicado pela Livraria Magalhães. Essa obra foi aprovada pela Diretoria de Instrução Pública de São Paulo e pela Diretoria de Instrução do Distrito Federal. Foi largamente usada nas escolas públicas de São Paulo.
Em 1915, publica “Morte de Pierrot”, comédia em versos, numa edição da revista “A Vida Moderna”. Essa peça foi representada pela primeira vez no Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro, no dia 14 de junho de 1917, sendo interpretada pelos artistas Tina Vale e Alves da Cunha.
Sua obra-prima, “Arte de Amar”, viria em 1921, escrita em apenas 28 dias, de março a abril desse ano, publicada por Monteiro Lobato & Cia. Nesse período, Júlio César achava-se em convalescença devido a uma enfermidade, que o afastou durante um mês das lides jornalísticas, fato que nunca ocorrera nos seus trinta anos de imprensa.
Esse livro mereceu elogiosos aplausos dos principais escritores e críticos da época. Teve três outras edições, em 1924 e 1928 pela mesma editora de Monteiro Lobato, e em 1961, pela Companhia Editora Nacional.
Martins Fontes, renomado poeta santista, expressou-se com as seguintes palavras quando do lançamento da “Arte de Amar”: “O sábio sutil da ´Arte de Amar´ é um grande poeta, um artista maravilhoso.”
João Ribeiro, o mesmo que prefaciara o livro de estréia de Francisca Júlia, “Mármores”, em 1895, considerado um dos principais críticos de seu tempo, não tem dúvidas ao exaltar as qualidades poéticas de Júlio César: “São numerosas as belezas deste livro. Não faltam a cada passo versos impecáveis e pensamentos bem expressos.”
O poeta Brenno Ferras, por sua vez, fez rasgados elogios: “Um grande livro, de um grande poeta. Raras vezes no Brasil se tem publicado livro de igual valor. ´Arte de Amar´ é um extraordinário poema de lágrimas, de pensamento e de amor. Em espírito nunca se viu livro igual.”
A obra poética de Júlio César da Silva, apesar de rica, foi eclipsada pela sombra de sua irmã Francisca Júlia, que mereceu maior atenção dos críticos da época. No entanto, mesmo esquecida, a obra de Júlio César possui qualidade suficiente para inscrevê-lo entre os principais poetas brasileiros.
O crítico Péricles Eugenio da Silva Ramos considera a obra de Júlio César da Silva “bastante arrojada para a época”. Em sua poesia, aparecem freqüentes alusões à obra de Goethe, do qual traduziu vários poemas e no qual se inspirou para algumas paráfrases, como o conhecido “A Taça do Rei de Tule”, uma recriação do poema “O Rei de Thule”, do poeta alemão.
Júlio César da Silva faleceu em São Paulo (SP) em 1936, aos 63 anos.
(“Jornal Regional”, nº 433, de 9-11-2001).
FRANCISCA JÚLIA EM CABREÚVA
Francisca Júlia da Silva.
Durante os anos em que viveu na cidade de Cabreúva (SP), junto com a família, Francisca Júlia publicou na imprensa algumas cartas anunciando que ajudava a sua mãe, ensinando versos às alunas, como preparação para o exame escolar. Na sua casa, era ela quem executava os serviços domésticos, inclusive a cozinha. Sua vida era simples e sem luxo. Tomava banho no rio, usava roupas simples, e, quando desejava coisa melhor, viajava até a cidade de Itu (SP) para adquiri-la.
A vida íntima da poetisa, antes de seu casamento, está envolta em névoas. Francisca Júlia era discreta e não consta que tenha deixado um diário onde anotasse suas intimidades amorosas. Mas é fato que, em 1906, teria se enamorado por um belo rapaz, em Cabreúva. A história adquire requintes de melodrama, levando-se em conta que diziam que o jovem, formado em Farmácia no Rio, não era muito certo das idéias. Conta-se que, certa ocasião, Francisca Júlia ouviu uma conversa no portão onde falavam que seu amado era doido. Ela ficou de sobreaviso. O rapaz jurou-lhe que tinha suas faculdades mentais em perfeita ordem. Mas não surtiu efeito. A poetisa preferiu evitá-lo e ficar sozinha, preterindo essa que teria sido a sua primeira paixão.
Há indícios de que Francisca Júlia teve um romance com um famoso intelectual. Mas não teria durado muito e ele lhe devolveu as cartas que ela escrevera, dentro de uma caixa de sapato, e, depois, casou-se no Rio. Aqui existe dúvida se o farmacêutico e o intelectual eram duas pessoas distintas ou, na verdade, seriam a mesma pessoa. Essa dúvida foi ressaltada pelo sobrinho de Francisca Júlia, Paulo César da Silva, filho do escritor Júlio César da Silva, irmão da poetisa, que uma vez ouviu seu pai comentar sobre o caso, mas não conseguiu se lembrar se eram a mesma pessoa ou não.
Já nesse mesmo ano, a família da poetisa manifestava vontade de deixar a cidade. O jornal “Correio de Salto”, em sua edição de 16 de dezembro de 1906, faz um apelo aos intelectuais daquela cidade, então vila, para que conseguissem a transferência de d. Cecília para uma das escolas locais. Francisca Júlia, por sua vez, tinha interesse em voltar a São Paulo.
Quando ainda morava em Cabreúva, Francisca Júlia foi convidada para ingressar na Academia Paulista de Letras, que alguns literatos tentavam fundar em São Paulo. A poetisa recusou, pois só aceitaria o convite se o seu irmão Júlio César da Silva também fosse convidado.
Em 3 de julho de 1908, realizou-se em Itu, no salão da Câmara Municipal, uma concorrida conferência literária. Francisca Júlia foi convidada para esse evento, que contou com um público seleto de, aproximadamente, oitenta pessoas. Escolheu o tema “A feitiçaria sob o ponto de vista científico”, destacando o ceticismo do mundo que torna os homens descrentes de tudo. Faz até mesmo citações da Cabala. Fala de lobisomem, bruxaria. Percebe-se que, nesse período, Francisca Júlia demonstrava estar envolvida pelo misticismo e sobrenatural.
Por decreto de 5 de outubro de 1908, sua mãe foi removida para a Escola de Lajeado, na Capital.
Em 1909, aos 37 anos, Francisca Júlia se casa com Filadelfo Edmundo Munster, telegrafista da Estrada de Ferro Central do Brasil. Munster era natural de Barra Mansa (RJ), de poucas posses e limitada bagagem intelectual. A bela cerimônia, que teve Vicente de Carvalho como padrinho, realizou-se na capela de Lajeado, Capital (SP).
A partir desse ano, Francisca Júlia decide deixar a poesia de lado e se dedicar apenas ao esposo e ao lar. Sua casa era modesta, mas muito bem cuidada. O esposo era homem de poucas palavras, mas elogiava a sua “Chiquinha”, que ele considerava uma grande poetisa. Francisca Júlia sempre viveu bem com o marido, por quem tinha respeito e amor.
Outro dia, publicarei mais curiosidades sobre a filha ilustre do Vale do Ribeira.
(Crônica publicada no “Jornal Regional”, nº 621, de 10-6-2005).
A vida íntima da poetisa, antes de seu casamento, está envolta em névoas. Francisca Júlia era discreta e não consta que tenha deixado um diário onde anotasse suas intimidades amorosas. Mas é fato que, em 1906, teria se enamorado por um belo rapaz, em Cabreúva. A história adquire requintes de melodrama, levando-se em conta que diziam que o jovem, formado em Farmácia no Rio, não era muito certo das idéias. Conta-se que, certa ocasião, Francisca Júlia ouviu uma conversa no portão onde falavam que seu amado era doido. Ela ficou de sobreaviso. O rapaz jurou-lhe que tinha suas faculdades mentais em perfeita ordem. Mas não surtiu efeito. A poetisa preferiu evitá-lo e ficar sozinha, preterindo essa que teria sido a sua primeira paixão.
Há indícios de que Francisca Júlia teve um romance com um famoso intelectual. Mas não teria durado muito e ele lhe devolveu as cartas que ela escrevera, dentro de uma caixa de sapato, e, depois, casou-se no Rio. Aqui existe dúvida se o farmacêutico e o intelectual eram duas pessoas distintas ou, na verdade, seriam a mesma pessoa. Essa dúvida foi ressaltada pelo sobrinho de Francisca Júlia, Paulo César da Silva, filho do escritor Júlio César da Silva, irmão da poetisa, que uma vez ouviu seu pai comentar sobre o caso, mas não conseguiu se lembrar se eram a mesma pessoa ou não.
Já nesse mesmo ano, a família da poetisa manifestava vontade de deixar a cidade. O jornal “Correio de Salto”, em sua edição de 16 de dezembro de 1906, faz um apelo aos intelectuais daquela cidade, então vila, para que conseguissem a transferência de d. Cecília para uma das escolas locais. Francisca Júlia, por sua vez, tinha interesse em voltar a São Paulo.
Quando ainda morava em Cabreúva, Francisca Júlia foi convidada para ingressar na Academia Paulista de Letras, que alguns literatos tentavam fundar em São Paulo. A poetisa recusou, pois só aceitaria o convite se o seu irmão Júlio César da Silva também fosse convidado.
Em 3 de julho de 1908, realizou-se em Itu, no salão da Câmara Municipal, uma concorrida conferência literária. Francisca Júlia foi convidada para esse evento, que contou com um público seleto de, aproximadamente, oitenta pessoas. Escolheu o tema “A feitiçaria sob o ponto de vista científico”, destacando o ceticismo do mundo que torna os homens descrentes de tudo. Faz até mesmo citações da Cabala. Fala de lobisomem, bruxaria. Percebe-se que, nesse período, Francisca Júlia demonstrava estar envolvida pelo misticismo e sobrenatural.
Por decreto de 5 de outubro de 1908, sua mãe foi removida para a Escola de Lajeado, na Capital.
Em 1909, aos 37 anos, Francisca Júlia se casa com Filadelfo Edmundo Munster, telegrafista da Estrada de Ferro Central do Brasil. Munster era natural de Barra Mansa (RJ), de poucas posses e limitada bagagem intelectual. A bela cerimônia, que teve Vicente de Carvalho como padrinho, realizou-se na capela de Lajeado, Capital (SP).
A partir desse ano, Francisca Júlia decide deixar a poesia de lado e se dedicar apenas ao esposo e ao lar. Sua casa era modesta, mas muito bem cuidada. O esposo era homem de poucas palavras, mas elogiava a sua “Chiquinha”, que ele considerava uma grande poetisa. Francisca Júlia sempre viveu bem com o marido, por quem tinha respeito e amor.
Outro dia, publicarei mais curiosidades sobre a filha ilustre do Vale do Ribeira.
(Crônica publicada no “Jornal Regional”, nº 621, de 10-6-2005).
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