VINHO


Eu e o vinho,
o vinho e eu.
Eu tão sozinho,
sozinho, eu.
Embebedar-se
sozinho
Embriagar-se
de vinho.
Sorver o licor
da vida.
Chorar de amor
na partida.
Beber, num gole,
o soro.
Ah, coração mole,
o choro!
A mesa no canto,
vazia,
Molhada de pranto,
Maria.
O espírito descansado,
liberto,
O vinho aventurado,
descoberto.
Querer subir
ao céu
E, afinal, explodir,
ao léu.
Colocar na taça
a dose
E achar graça
da cirrose!


Iguape, 8/9/1985

(Por Roberto Fortes, poeta abstêmico).

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