Uma menina de olhos azuis,
verdes, lilás, não sei!
me sorriu,
tolo eu
mal sabia que aceitava ali o encanto
ela cheirava à flor do campo,
e o teu sorriso era um hipnose sem precedentes,
Uma alegria contagiou-me
como um sangue em veia
transfigurada em gente
mostrou-se uma sereia
e revelou seu canto veemente,
Meus braços brotaram em galhos de araribá
por ela eu podia uma estrela apanhar
mas na sombra
essa menina
cantava canções de embalar
suas vestes sorviam as cores dos pássaros
que assim sob impacto mal podiam cantar
Voltei ao caminho com a despertar
e ela lançou-me um beijo
de puro desejo
jogado com as mãos
me paralisando os sentidos
com perfumes de murta
e sabores de fruta
de qualquer temporão.
Só guardei dela com ternura
o contorno do receio
mesmo com receio
preso em minha mão.
JULIO CESAR DA COSTA
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