Ouves o envolvente murmúrio
Que vem, tristonho, do mar?
Murmúrio de dor e de tristeza,
Todo imponente, pleno de beleza,
Nas pedras indo esbravejar?
Não vês que o tristonho murmúrio,
Que se propaga no horizonte sereno,
É o eco desse gigante impávido,
Que poderoso, arrogante e ávido,
Espalha ao mundo seu murmúrio ameno?
Escutes, ó desditoso homem, a voz
Que do mar ecoa na eternidade;
Pares e penses na sua imponência:
Então de ti apoderar-te-ás a demência,
Pois é loucura desdenhar essa entidade.
Não a desprezes: tema-a, ame-a;
Assim tu glorificarás para o futuro
Essa magnífica criação divina: o mar.
Mas não venhas apenas chorar
O choro das profundezas do oceano escuro!
Vede: Lá longe, na planura do horizonte,
O mar se mescla ao anil do céu em clareza.
É a união dos elementos, união crepuscular:
Unindo-se mar e céu, céu e mar,
Moldando a mais bela criação da natureza!
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